O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, considerou nesta quarta-feira que o chefe do Parlamento e presidente interino reconhecido por parte da comunidade internacional, Juan Guaidó, queria provocar um golpe de Estado militar contra seu Governo.
EFE
Paris - Em entrevista ao canal informativo "Euronews", que será divulgada nesta quarta-feira e da qual foram antecipados trechos, Maduro disse ter "conhecimento" de que esta era a intenção, mas que "fracassou".
EFE/ Leonardo Muñoz |
Maduro vê Guaidó como "uma circunstância que vai passar" e disse que é preciso falar com "toda a oposição no seu conjunto para ver o que está pensando", ao mesmo tempo que garantiu que não deixou de conversar com os opositores, embora "ainda não seja público".
Questionado sobre o grande número de manifestações ocorridas no país, Maduro afirmou que a população "pode marchar todos os dias".
"Não é a primeira vez. Entre o ano 2002 e 2003, fizeram três manifestações diárias durante mais de cem dias. Que as façam. Em 2018 saíram 120 dias completos às ruas. Têm direito, que marchem, que exijam, sempre em paz. A Venezuela é o que eu chamo de uma democracia mobilizada", estimou.
Maduro acusou a União Europeia (UE) e os governos dos países europeus de terem seguido "de maneira acrítica" a política do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que "chutou a OTAN, os governos da Europa, a UE".
"Acredito que Federica Mogherini, a UE e os Governos da Europa cometeram um erro com a Venezuela. Escutaram uma só parte. Não escutaram o país inteiro que clama por paz, diálogo, entendimento, e não nos escutaram, que temos voz de poder real", declarou.
"Se eu não entendesse a situação do meu país, não seria presidente. Eleito e reeleito. Eu venho do povo, não me eduquei em Harvard e nem na escola das Américas, não tenho um sobrenome e nem sangue azul. Sou um trabalhador, um homem do povo e todos os dias estou junto com o povo, tenho contatos permanentes e sei exatamente o que acontece", argumentou.