A Rússia observa o aumento de forças armadas da OTAN no Ártico e quer descobrir o que a aliança pretende obter na região, disse o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, neste sábado.
Sputnik
"Notamos o aumento das atividades dos membros da OTAN. Nós discutimos isso com nossos vizinhos noruegueses. Queremos entender que tipo de mandato a OTAN terá no Ártico", disse Lavrov na Conferência de Segurança de Munique.
Navio quebra-gelo finlandês MSV Nordica © AP Photo / David Goldman |
Ele criticou a retórica de algumas autoridades ocidentais e foi irônico ao se referir ao ministro da Defesa britânico.
"Se você ouvir algumas pessoas como o ministro da Guerra, oh, desculpe, ministro da defesa do Reino Unido, [Gavin Williamson], então você pode ter a impressão de que ninguém, exceto a OTAN, tem o direito de estar em qualquer lugar exceto suas próprias fronteiras", Lavrov pontuou.
A Rússia, por sua vez, propôs uma série de projetos ao Conselho do Ártico, um fórum intergovernamental para os países que bordeiam a região. "Não acreditamos que a cooperação do Ártico requer alguma dimensão militar, e espero que este seja o caso de nossos parceiros também", acrescentou o ministro russo.
O Reino Unido expressou repetidamente preocupações sobre a suposta crescente presença militar da Rússia na região ártica e a suposta tentativa de militarizá-la. Londres também disse temer que a navegação no Ártico poderia ser limitada em decorrência das disputas.
Moscou tem consistentemente rejeitado as alegações, observando que considera o Ártico uma área de cooperação igualitária e livre de conflitos de interesse nacionais.
Em agosto, Vladimir Barbin, embaixador russo e alto funcionário do Ártico, apontou para o avanço militar da OTAN na região, citando os exercícios Trident Junction 18, a decisão da aliança de estabelecer o novo Comando Conjunto da Força para o Atlântico e os esforços de Washington para restabelecer sua Segunda Frota operando principalmente no Atlântico Norte.