A revista indonésia Angkasa Review (“Revista do Espaço”), revelou, em sua edição do início deste mês, que uma delegação da cúpula do Exército daquele país asiático, sob a chefia do vice-chefe do Estado-Maior, major general Tatang Sulaiman, esteve recentemente nas instalações da Avibras Indústria Aeroespacial S.A., em São José dos Campos, para negociar a obtenção da tecnologia de fabricação dos foguetes do MLRS (Multiple Launch Rocket System) Astros II – arma de Artilharia de Saturação de Área que há 30 anos constitui o principal produto da companhia brasileira.
Por Roberto Lopes | Forças Terrestres
A visita merece destaque porque o general Sulaiman, que completará 57 anos no próximo dia 1º de abril, assumirá, ainda em 2019, o comando de sua Força, em substituição ao general Mulyono (oficial que, ano passado, também visitou a Avibras).
A expectativa é de que um caminhão lançador do Sistema Astros possa transportar dois mísseis de cruzeiro, cada um deles equipado com uma ogiva explosiva de 200 kg.
O vetor vem sendo desenvolvido há cerca de 20 anos para a Força Terrestre brasileira e, segundo fontes militares e da Base Industrial de Defesa (BID), já teria tido a sua proposta original modificada (por demanda do próprio Exército) para alcançar alvos a 500 km de distância – sempre com elevada margem de precisão.
Mercados
Entre os 11 países que compõem o Sudeste Asiático, apenas a Malásia e a Indonésia operam o Sistema Astros.
De acordo com um oficial que serve no Ministério da Defesa, estudos da diretoria comercial da empresa paulista indicam: nessa Região, também os Exércitos das Filipinas, da Tailândia e do Vietnã teriam condições (necessidades e recursos) de absorver o Sistema Astros.
Neste momento, os militares tailandeses desenvolvem sua doutrina de Saturação de Fogo de Artilharia sobre os testes e experimentos de campo que realizam com uma pequena quantidade de lançadores múltiplos de foguetes do tipo DTI-1G – sistema fabricado em seu próprio país, e que constitui derivação do modelo WS-32 chinês, concebido para bater alvos a 150 km de distância. Mas nem o lançador de foguetes chinês, nem a sua cópia tailandesa possuem a versatilidade (capacidade de atingir sítios a distâncias menores) do Sistema Astros.
O Exército vietnamita, que ainda usa muito material de origem soviética – fabricado nas décadas de 1950, 1960 e 1970 –, possui um número não especificado de antiquados caminhões russos lançadores de foguetes de baixo calibre – derivados da experiência soviética na 2ª Guerra Mundial com os rudimentares caminhões porta-foguetes que ficaram conhecidos como “os órgãos de Stálin”. Mas a disponibilidade desses sistemas é desconhecida.
O Exército filipino não dispõe de Artilharia de foguetes, apesar de considerar a necessidade de implementá-la.
Flexibilidade
De acordo com um oficial que serve no Ministério da Defesa, estudos da diretoria comercial da empresa paulista indicam: nessa Região, também os Exércitos das Filipinas, da Tailândia e do Vietnã teriam condições (necessidades e recursos) de absorver o Sistema Astros.
Neste momento, os militares tailandeses desenvolvem sua doutrina de Saturação de Fogo de Artilharia sobre os testes e experimentos de campo que realizam com uma pequena quantidade de lançadores múltiplos de foguetes do tipo DTI-1G – sistema fabricado em seu próprio país, e que constitui derivação do modelo WS-32 chinês, concebido para bater alvos a 150 km de distância. Mas nem o lançador de foguetes chinês, nem a sua cópia tailandesa possuem a versatilidade (capacidade de atingir sítios a distâncias menores) do Sistema Astros.
O Exército vietnamita, que ainda usa muito material de origem soviética – fabricado nas décadas de 1950, 1960 e 1970 –, possui um número não especificado de antiquados caminhões russos lançadores de foguetes de baixo calibre – derivados da experiência soviética na 2ª Guerra Mundial com os rudimentares caminhões porta-foguetes que ficaram conhecidos como “os órgãos de Stálin”. Mas a disponibilidade desses sistemas é desconhecida.
O Exército filipino não dispõe de Artilharia de foguetes, apesar de considerar a necessidade de implementá-la.
Flexibilidade
Mercê do seu conceito multi-calibre, o Sistema Astros permite enquadrar vários alvos, em distâncias e sob condições meteorológicas adversas.
A Avibras projetou sua arma para que ela funcione de maneira modular, tornando-o facilmente configurável no campo.
Atualmente a empresa comercializa quatro quatro tipos de foguetes.
O de menor calibre é o SS-30, de 3,9 m de comprimento e 127 mm de calibre. Alojado em até 32 tubos por caixa de lançamento no veículo conhecido como Lançador Múltiplo Universal (AV-MLU), esse vetor pesa 68kg e cobre distâncias de até 30km.
Maior que o SS-30 é o SS-40, de 4,2 m de comprimento e 152 kg de peso, alojado em 16 tubos de lançamento da MLU. O tipo de ogiva explosiva fica a critério do usuário: HE (high explosive), DP (tipo cluster) ou outra qualquer, destinada a produzir efeito (perfuração/dano) específico.
Acima do SS-40 – que a Avibras agora pesquisa para transformar em vetor guiado – está o foguete SS-60, de 5,6m de comprimento, capaz de acomodar até 65 pequenas bombas. O MLU transporta até quatro desses foguetes. Tempo de voo para bater alvos a 60 km de distância: 117 segundos.
A Avibras projetou sua arma para que ela funcione de maneira modular, tornando-o facilmente configurável no campo.
Atualmente a empresa comercializa quatro quatro tipos de foguetes.
O de menor calibre é o SS-30, de 3,9 m de comprimento e 127 mm de calibre. Alojado em até 32 tubos por caixa de lançamento no veículo conhecido como Lançador Múltiplo Universal (AV-MLU), esse vetor pesa 68kg e cobre distâncias de até 30km.
Maior que o SS-30 é o SS-40, de 4,2 m de comprimento e 152 kg de peso, alojado em 16 tubos de lançamento da MLU. O tipo de ogiva explosiva fica a critério do usuário: HE (high explosive), DP (tipo cluster) ou outra qualquer, destinada a produzir efeito (perfuração/dano) específico.
Acima do SS-40 – que a Avibras agora pesquisa para transformar em vetor guiado – está o foguete SS-60, de 5,6m de comprimento, capaz de acomodar até 65 pequenas bombas. O MLU transporta até quatro desses foguetes. Tempo de voo para bater alvos a 60 km de distância: 117 segundos.
O foguete da “família” Astros de desenvolvimento mais recente – SS-80 – nasceu em 1995. Um novo propelente garante sua autonomia de voo na faixa dos 90 km (valor nominal ostensivo). Além disso, o SS-80 pode, em tese, ser carregado com armas químicas letais.
A Avibras também pesquisou um SS-150, com um alcance de disparo mínimo de 29 km, e máximo de 150 km.
Caminhões blindados
No início de abril de 2018, o chefe do Estado-Maior do Exército Indonésio, general Mulyono, e o diretor geral da empresa Pindad – principal indústria de armas da Indonésia –, Abraham Mose, se reuniram com a direção da Avibras, para examinar o aprofundamento da cooperação entre as partes.
A Força de Mulyono prevê que vá necessitar de 3.000 foguetes do Sistema Astros – para treinamento e emprego real –, e, em razão disso, prioriza a produção desses vetores em seu território.
O plano é fabricá-los na planta de munição da corporação Pindad situada na localidade de Turen, nas vizinhanças da cidade de Malang, a segunda mais populosa da província indonésia de Java Oriental. Apenas os tubos lançadores dos foguetes continuariam a ser fornecidos pela Avibras.
De acordo com uma notícia publicada pelo site liputan6.com, que reproduz o conhecido noticiário de tevê liputan6, o Exército da Indonésia tenciona, até mesmo, fabricar, no futuro, os caminhões blindados lançadores dos foguetes Astros (não se sabe se com planos também fornecidos pela Avibras).
Bateria ideal
A Força de Mulyono prevê que vá necessitar de 3.000 foguetes do Sistema Astros – para treinamento e emprego real –, e, em razão disso, prioriza a produção desses vetores em seu território.
O plano é fabricá-los na planta de munição da corporação Pindad situada na localidade de Turen, nas vizinhanças da cidade de Malang, a segunda mais populosa da província indonésia de Java Oriental. Apenas os tubos lançadores dos foguetes continuariam a ser fornecidos pela Avibras.
De acordo com uma notícia publicada pelo site liputan6.com, que reproduz o conhecido noticiário de tevê liputan6, o Exército da Indonésia tenciona, até mesmo, fabricar, no futuro, os caminhões blindados lançadores dos foguetes Astros (não se sabe se com planos também fornecidos pela Avibras).
Bateria ideal
Os indonésios começaram a receber suas baterias de lançadores múltiplos Astros II Mk.6 (iguais às que equipam o Exército brasileiro) em agosto de 2014, e hoje as tem desdobradas em Java Ocidental e Java Oriental.
Eles imitaram o Exército da Malásia, que, ainda em 2001, dedicou-se a a recepcionar 48 viaturas do Sistema Astros, mais tarde repartidas entre três baterias.
O equipamento serviu para ativar, no ano de 2006, o 51º Regimento de Artilharia Real do Exército malaio, sediado em Camp Gemas, no estado de Negeri Sembilan – ao sul da capital Kuala Lampur –, na costa oeste da Península Malaia.
Nesse total foram incluídos 18 veículos tipo AV-LMU; 18 caminhões blindados tipo AV-RMD, transportadores de contêineres com a munição para os LMU; três carros tipo AV-UCF, dotados de sistema de monitoramento do tiro por radar (atua como um Fire Direction Center); e três viaturas oficina AV-OFVE.
Manuais da Avibras entregues ao cliente indonésio preconizam: a bateria ideal Astros II é a de seis AV-LMU, suportada por seis viaturas AV-RMD e uma AV-UCF. Um AV-VCC, de comando, pode figurar no nível batalhão, com o apoio de dois veículos de recuperação/reparos.
Eles imitaram o Exército da Malásia, que, ainda em 2001, dedicou-se a a recepcionar 48 viaturas do Sistema Astros, mais tarde repartidas entre três baterias.
O equipamento serviu para ativar, no ano de 2006, o 51º Regimento de Artilharia Real do Exército malaio, sediado em Camp Gemas, no estado de Negeri Sembilan – ao sul da capital Kuala Lampur –, na costa oeste da Península Malaia.
Nesse total foram incluídos 18 veículos tipo AV-LMU; 18 caminhões blindados tipo AV-RMD, transportadores de contêineres com a munição para os LMU; três carros tipo AV-UCF, dotados de sistema de monitoramento do tiro por radar (atua como um Fire Direction Center); e três viaturas oficina AV-OFVE.
Manuais da Avibras entregues ao cliente indonésio preconizam: a bateria ideal Astros II é a de seis AV-LMU, suportada por seis viaturas AV-RMD e uma AV-UCF. Um AV-VCC, de comando, pode figurar no nível batalhão, com o apoio de dois veículos de recuperação/reparos.