O Egito sediará conversações com líderes de duas grandes facções palestinas para tentar salvar esforços de unidade e restaurar a calma com Israel, disseram autoridades neste domingo (3).
Sputnik
O chefe do grupo Hamas, que administra a Faixa de Gaza, liderou uma delegação para se reunir com autoridades de segurança egípcias no Cairo. O líder de uma facção menor, a Jihad Islâmica, também se dirigiu ao Cairo, disseram autoridades palestinas.
Sala de aula na Faixa de Gaza destruída por Israel © AFP 2018 / MOHAMMED ABED |
O Hamas tem enfrentado uma forte rivalidade com o presidente palestino Mahmoud Abbas — que está baseado na Cisjordânia por mais de uma década.
Inúmeros esforços de reconciliação falharam.
O Egito também está tentando evitar uma escalada na violência entre o Hamas e Israel, depois de meses de tensão ao longo da fronteira entre Israel e Gaza. Cairo enviou autoridades a Gaza nas últimas semanas para ficar de olho na situação.
"O Egito é movido por seu interesse em evitar uma nova guerra em Gaza e em melhorar as condições de vida dos moradores de Gaza", disse um funcionário palestino, que pediu para não ser identificado.
As relações entre o Hamas e a Autoridade Palestina (AP) de Abbas pioraram no mês passado, quando Abbas ordenou que seus homens deixassem seus postos na fronteira de Rafah com o Egito, o principal corredor para os moradores de Gaza.
Isso levou Cairo, que no ano passado coordenou as operações com a Autoridade Palestina, a fechar a passagem.
As autoridades de Gaza agora dizem que o Egito retomou silenciosamente as operações na passagem de Rafah na semana passada, desta vez trabalhando com o Hamas. No entanto, não houve comentários imediatos sobre a reabertura de Rafah das autoridades egípcias.
No domingo, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, passou por Rafah, junto com dezenas de outros palestinos.
Dois milhões de palestinos vivem na Faixa de Gaza, onde a pobreza é desenfreada e o desemprego está em 50%. Israel, junto com o Egito, mantém um bloqueio do enclave, citando preocupações de segurança.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que mais de 220 palestinos foram mortos no ano passado por tropas israelenses durante protestos na fronteira.