O presidente da Comissão de Controladoria da Assembleia Nacional (parlamento) da Venezuela, Freddy Superlano, que estava em Cúcuta, na Colômbia, para apoiar a tentativa de levar ajuda humanitária a seu país, foi envenenado junto com seu primo Carlos Salinas, que acabou morrendo, informou neste domingo a assessoria de imprensa do parlamentar.
EFE
Caracas - "Na cidade de Cúcuta o deputado Freddy Superlano e seu primo Carlos Salinas sofreram um envenenamento e Carlos faleceu. O deputado está estável, oremos todos por sua rápida recuperação", diz uma mensagem postada no Twitter do legislador que foi difundida por sua assessoria de imprensa, que não acrescentou mais informações.
EFE/Joédson Alves |
Por sua vez, o partido Vontade Popular (VP), do qual Superlano faz parte, disse através da mesma rede social que o parlamentar "foi vítima de um ataque com burundanga" - uma substância também conhecida como escopolamina - e que Salinas, que também militava no partido, "não resistiu" e "morreu por intoxicação".
O VP, fundado pelo opositor preso Leopoldo López e do qual também faz parte o presidente do parlamento Juan Guaidó, expressou suas condolências aos familiares de Salinas e acrescentou que está à espera das "investigações por parte das autoridades colombianas que levem ao esclarecimento dos fatos".
Na quinta-feira, o parlamentar informou que tinha chegado a Cúcuta para apoiar a tentativa de enviar ontem à Venezuela a ajuda humanitária armazenada na cidade colombiana, mas que foi bloqueada pelas forças de segurança do governo de Nicolás Maduro.
O parlamentar conduz várias investigações de corrupção na Venezuela relacionadas a temas como os pagamentos de propina da empreiteira brasileira Odebrecht, o desvio de divisas e o programa de alimentos subsidiados do governo Maduro.
Em novembro do ano passado, o parlamentar disse à Efe que o prejuízo que o país sofreu através do controle do câmbio supera os US$ 400 bilhões, um número quase 46 vezes superior às reservas internacionais atuais da Venezuela.