Bônus de fidelidade, que nunca foi tributado, corresponde a uma promessa de Hitler a um grupo de belgas que o prometeram lealdade. Mesmo 75 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, eles ainda recebem o que o líder nazi os prometeu, reporta o jornal De Morgen.
Sputnik
A mídia detalha que 27 belgas ganham entre € 425 e € 1.275 (R$ 1.800 e R$ 5.400) por mês do governo alemão.
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O subsídio era para garantir "fidelidade, lealdade e obediência" deles a Adolf Hitler no âmbito do decreto nazista que continua em vigor mesmo após sete décadas da queda do Terceiro Reich.
O investigador Alvin de Coninck, citado pelo jornal, explica que as pessoas que foram qualificadas para receber a "pensão de Hitler" eram belgas que aderiram às Waffen-SS (braço armado da tropa de proteção de Hitler) ou então residentes das regiões fronteiriças da Bélgica, que adquiriram a nacionalidade alemã durante a ocupação nazista.
Em comparação ao pós-guerra, os belgas que foram forçados a trabalhar na Alemanha durante a ocupação receberam apenas 50 euros por mês, enquanto os beneficiários do subsídio de fidelidade nunca foram tributados sobre este rendimento adicional, uma vez que a embaixada alemã não comunicou os seus nomes ao governo belga, de acordo com o investigador.
A exposição dessa informação polêmica na Bélgica ocasionou que deputados locais exigissem que o acordo bizarro terminasse, e já na terça-feira (19), uma resolução foi introduzida no parlamento pedindo ao governo "que resolva este problema diplomaticamente e com urgência".
No entanto, estas pessoas não são as únicas que recebem este tipo de subsídio. Previamente, o jornal espanhol ABC publicou um artigo em que elogiava o "heroísmo" de voluntários que lutaram pelo líder nazista. Em 2015, cerca de 100 mil euros dos contribuintes alemães foram pagos aos espanhóis que se inscreveram na famosa Divisão Azul que lutou contra o Exército Vermelho entre 1941 e 1944, sendo o dinheiro posteriormente dividido entre 41 veteranos, oito viúvas e um órfão.