A China poderia reconsiderar sua política de longa data de "não ser o primeiro país a utilizar" armas nucleares, de acordo com analistas.
Sputnik
Como sinal dessa crescente preocupação, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou em outubro que sua decisão de se retirar do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) se deveu à necessidade de responder ao crescente potencial nuclear da China, gerando por sua vez preocupação no país asiático, de acordo com a edição chinesa South China Morning Post.
Militares chineses em desfile © REUTERS / China Daily |
À medida que a China vem avançando no desenvolvimento de suas armas e Washington e vem tentando limitar a capacidade militar de Pequim no mar do sul da China, os dois países começam a se envolver em uma competição na área nuclear.
De acordo com Zhao Tong, membro do Programa de Polícia Nuclear com sede no Centro Carnegie-Tsinghua para a Política Global, os EUA e seus aliados estão aumentando suas capacidades de guerra antissubmarina no mar do Sul da China e no oceano Índico.
Entretanto, diferente dos EUA, o país asiático não pode lançar um ataque preventivo devido à disparidade tecnológica, portanto, não lhe resta outra alternativa senão manter sua política de "não ser o primeiro a utilizar" armas nucleares, apontou o artigo.
Em um comunicado do final do ano passado, Zhao afirmou que tal aumentaria a desconfiança entre os dois países e também a possibilidade de que Pequim possa revisar a sua política de não ser o primeiro a usar armas nucleares, vigente desde os primeiros testes nucleares do gigante asiático em 1964.
Neste sentido, a série de mísseis JL, ou Julang, para submarinos de propulsão nuclear, faz parte de uma estratégia do Exército Popular de Libertação (EPL) de estender suas capacidades de retaliação nuclear do país.
No entanto, Song Zhongping, especialista militar, indicou que a capacidade nuclear da China também está muito atrás da da Rússia. Os EUA e a Rússia possuem mais de 90% das armas nucleares, reforçou.