O ministro de Relações Exteriores e Cooperação da Espanha, Josep Borrell, reafirmou nesta sexta-feira que os integrantes da União Europeia (UE) são contrários a uma intervenção militar na Venezuela para resolver a crise do país.
EFE
Bucareste - "Está muito claro que a Espanha não apoiaria e seria contrária a uma intervenção militar estrangeira. Acredito que esta é a posição absolutamente dominante no Conselho Europeu", disse Borrell após participar de uma reunião informal de chanceleres do bloco.
O ministro de Relações Exteriores e Cooperação da Espanha, Josep Borrell. EFE/ Robert Ghement |
No encontro, os ministros de Relações Exteriores dos países-membros da UE discutiram a situação na Venezuela, mas não entraram em acordo para reconhecer o chefe da Assembleia Nacional do país, Juan Guaidó, como presidente interino.
Itália e Grécia fizeram a oposição mais firme ao reconhecimento.
Autoproclamado presidente interino da Venezuela no último dia 23 de janeiro, Guaidó disse, em entrevista concedida à "CNN" que está disposto a receber ajuda militar dos Estados Unidos caso seja necessário. No entanto, ressaltou que a opção não era desejável.
"Aqui na Venezuela, estamos fazendo o possível para pressionar (Nicolás Maduro) e para que não tenhamos que chegar a um cenário que ninguém desejaria viver", afirmou o líder da oposição.
Perguntado sobre o posicionamento do presidente interino da Venezuela, o chanceler da Espanha evitou qualquer tipo de polêmica, disse que não tinha assistido à entrevista de Guaidó e que, portanto, só falaria sobre as posições de seu país quanto à crise.
"É preciso ter muito cuidado com essas questões de intervenções militares", avaliou o ministro espanhol.
Sobre a falta de consenso dentro da UE para apoiar Guaidó, Borrell ressaltou que dois países têm reservas sobre as "condições" de atuação do presidente interino da Venezuela. A Espanha, no entanto, reconheceu o opositor como chefe de Estado da Venezuela.
Borrell ressaltou que a Espanha não está seguindo as decisões tomadas pelos EUA e lembrou que o presidente do governo, Pedro Sánchez, estabeleceu, junto a outros países europeus, um prazo de oito dias para que Maduro convoque eleições na Venezuela.
O chanceler também destacou que muitos países não viram com bons olhos a tentativa da UE de criar um grupo de contato para apoiar a realização de eleições livres na Venezuela.