Grupo de 13 países decidiu não reconhecer o mandato de Nicolás Maduro, que toma posse novamente como presidente neste mês.
Por G1
A Venezuela acusou nesta sexta-feira (4) o Grupo de Lima de incentivar um golpe de estado com apoio de Washington, afirma a agência France Presse. O governo venezuelano recusou a proposta do bloco ao presidente Nicolás Maduro de desistir de assumir um novo mandato em 10 de janeiro e transferir o poder ao Parlamento.
A Venezuela acusou nesta sexta-feira (4) o Grupo de Lima de incentivar um golpe de estado com apoio de Washington, afirma a agência France Presse. O governo venezuelano recusou a proposta do bloco ao presidente Nicolás Maduro de desistir de assumir um novo mandato em 10 de janeiro e transferir o poder ao Parlamento.
Reunião do Grupo de Lima, com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo (de barba e óculos), entre os demais ministros presentes, nesta sexta (4) — Foto: Reuters/Mariana Bazo |
Em um comunicado lido pelo chanceler, Jorge Arreaza, a Venezuela expressou "sua maior perplexidade ante a extravagante declaração de um grupo de países do continente americano, que após receber instruções do governo dos Estados Unidos através de uma videoconferência, acordaram incentivar um golpe de estado".
Mais cedo, Arreaza criticou o Grupo de Lima pelo Twitter, chamando o conselho de "humilhante subordinação" aos EUA.
"O que temos afirmado desde a criação deste grupo de governos unidos contra a Venezuela, e que em teoria não pertence ao governo dos EUA: se reunem para receber ordens de Donald Trump por intermédio de Mike Pompeo. Que demonstração de subordinação humilhante!", escreveu.
Grupo de Lima
O Grupo de Lima, que inclui o Brasil e outros 12 países, anunciou nesta sexta-feira (4), na capital peruana, que não reconhecerá o governo venezuelano se o presidente Nicolás Maduro assumir um novo mandato em 10 de janeiro, por considerar que se trata de resultado de eleições ilegítimas.
A decisão não foi unânime, uma vez que o México, agora sob o governo de esquerda de Andrés Manuel López Obrador, se recusou a assinar a declaração.
"Trouxemos para cá a proposta muito clara de acrescentar na declaração uma exortação ao Maduro para que ele não assuma o segundo mandato, que começaria em 10 de janeiro, porque, todo mundo conhece, este mandato não resulta de uma eleição legítima", disse o chanceler brasileiro Ernesto Araújo, que fez sua primeira viagem internacional no cargo.
O Grupo de Lima foi criado em 2017 por iniciativa do governo peruano com o objetivo de pressionar para o restabelecimento da democracia na Venezuela. Além do Brasil e do Peru, mais 11 países integram o grupo – Argentina, Canadá, Colômbia, Costa Rica, Chile, Guatemala, Guiana, Honduras, México, Panamá e Paraguai.