Em mensagem no Twitter, presidente americano também disse que curdos não devem provocar governo turco. Americanos anunciaram retirada de tropas na Síria.
EFE
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu neste domingo (13) que "arrasará economicamente" a Turquia, caso o país ataque os curdos, aos quais também advertiu que não devem provocar o governo turco.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu neste domingo (13) que "arrasará economicamente" a Turquia, caso o país ataque os curdos, aos quais também advertiu que não devem provocar o governo turco.
Soldados dos EUA patrulham área durante ação conjunta em Manbij, na Síria, em 1º de novembro de 2018 — Foto: Courtesy Zoe Garbarino/U.S. Army/Handout via Reuters |
A relação entre os dois membros da Otan tem se desgastado devido ao apoio dos EUA à milícia curda YPG, que a Turquia considera terrorista e vê como uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que trava uma insurgência de décadas em solo turco.
"Arrasaremos a Turquia economicamente se atacarem os curdos", escreveu Trump em mensagem na sua conta do Twitter, para depois acrescentar que, "do mesmo modo, não quero que os curdos provoquem a Turquia".
O presidente americano disse ainda que já começou a retirada das tropas americanas na Síria, enquanto atacam "com força o pequeno califado territorial restante" do grupo Estado Islâmico (EI).
Retirada de soldados da Síria
Os Estados Unidos começaram no sábado os procedimentos para retirar seus 2 mil soldados do país árabe.
Trump afirmou também na sua mensagem que Rússia, Irã e Síria "foram os maiores beneficiados da política de longo prazo dos Estados Unidos de destruir o EI na Síria", embora tenha admitido que "também nos beneficiamos, mas agora é o momento de trazer nossas tropas".
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, havia afirmado horas antes que está "otimista" sobre a possibilidade de chegar a um "bom resultado" para o conflito entre a Turquia e as milícias curdas da Síria.
Em uma mesa-redonda realizada em Abu Dhabi com jornalistas que lhe acompanham na sua viagem pelo Oriente Médio, Pompeo reconheceu no domingo que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, tem "direito" a "defender seu país dos terroristas", mas ressaltou que as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG) "não são terroristas" e "merecem ser protegido".
"Ainda restam muitos detalhes a resolver, mas estou otimista que podemos conseguir um bom resultado ali", comentou.
Turquia e os curdos
Erdogan anunciou em dezembro que pretende lançar uma ofensiva no norte da Síria contra as YPG, grupo que considera terrorista pelos seus vínculos com a guerrilha curda da Turquia, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
Por sua vez, os Estados Unidos são o principal aliado das YPG na sua ofensiva contra o EI.
A retirada das tropas americanas não foi bem recebida pelas milícias curdas, que consideram que o EI não foi vencido totalmente e também temem ficar em uma situação de indefensabilidade diante das ameaças da Turquia.