Em 2017, o escritório de construção naval russo Malakhit publicou dados sobre um submarino quebra-gelo nuclear, causando polêmica na mídia ocidental. O especialista naval Vasily Dandykin analisa esse projeto russo.
Sputnik
O portal The Barents Observer falou do projeto se baseando nos esquemas do submarino russo e especulou sobre seu uso possível. Prevê-se que o submarino tenha o comprimento de 82,5 metros e uma boca de 10,4 metros e possa atingir uma velocidade aproximada de 13 nós à superfície e 12 nós submerso. Além disso, ele será capaz de submergir a 400 metros.
Projeto de submarino quebra-gelo nuclear russo © FOTO: DOMÍNIO PÚBLICO / ESCRITÓRIO DE CONSTRUÇÃO NAVAL RUSSO MALAKHIT |
O especialista militar e capitão-de-mar-e-guerra na reserva Vasily Dandykin, por sua vez, revelou ao portal Energia Nuclear detalhes do projeto e suas perspectivas. Em sua opinião, é uma unidade de grande importância para ampliar a navegação no Ártico.
Nesse contexto, o especialista lembrou o caso do submarino americano que emergiu nos gelos da região e ficou preso durante manobras realizadas pela Marinha dos EUA.
Afinal, nem todos os submarinos podem emergir da água no Ártico devido ao gelo. Como exemplo Dandykin mencionou o caso do submarino soviético K-3, que não conseguiu cumprir sua missão de emergir no Polo Norte porque não conseguia perfurar o gelo. O submarino conseguiu encontrar um lugar onde o gelo era mais fino, mas não no Polo Norte.
Ao mesmo tempo, o analista acredita que o novo submarino russo de quinta geração, Husky, será equipado com sistemas que permitirão perfurar gelos mais espessos. Segundo o especialista, os submarinos da OTAN e dos EUA não têm essa capacidade.
O que é único no projeto em questão é a possibilidade de realizar as funções de um quebra-gelo convencional da categoria Arc5.
Quanto à ideia de que o submarino seja usado para manutenção de máquinas submarinas para extração de gás e petróleo no Ártico, Dandykin disse que isso não é uma ideia nova.
De fato, projetos semelhantes foram testados na década de 1990, quando havia um número considerável de submarinos militares descomissionados e se propunha modificar os maiores para esse tipo de trabalho. Mas a ideia não era economicamente viável.