Levando em consideração as relações políticas atuais entre a Venezuela e os EUA, esse país latino-americano tem fundamentos suficientes para verificar a prontidão de combate de suas tropas.
Sputnik
Mais cedo, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro inspecionou o exército na véspera de grandes manobras militares, enquanto os generais do país expressaram sua lealdade ao líder legitimo e à sua pátria. Todas essas ações vêm em resposta às recentes declarações do senador americano Lindsey Graham, segundo as quais Donald Trump considera, entre outros cenários, o uso da força para realizar um golpe de Estado na Venezuela.
Exército da Venezuela em desfile | Reprodução |
Nessa conexão, o analista militar russo Andrei Kots avalia a eficiência das Forças Armadas da Venezuela e sua capacidade de resistir à agressão.
Compacto e muito eficiente
O exército venezuelano é considerado um dos mais poderosos na América do Sul. Conforme o relatório The Military Balance 2018, feito pelo Instituto Internacional dos Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), as Forças Armadas do país contam com 123 mil efetivos, enquanto a milícia popular inclui um contingente de mais 220 mil combatentes.
Segundo várias estimativas, o orçamento militar da República Bolivariana conta com US$ 2,6 — 3 bilhões (R$ 9,8 — 11,3 bilhões).
Apesar de em termos de quantidade e financiamento o exército da Venezuela não representar nada de extraordinário, ele possui um nível alto de apetrechamento material, principalmente graças à Rússia.
Vale destacar que a Venezuela é o maior importador de armamentos russos no hemisfério ocidental. O acordo de cooperação bilateral foi assinado ainda em 2001, e desde então a Rússia entregou ao exército venezuelano uma grande quantidade de armamento.
De fato, quase todo o material das Tropas Terrestres da Venezuela é de produção russa: 92 tanques T-72B1V, 123 veículos blindados de infantaria BMP-3M com blindagem reforçada e proteção ativa e 114 unidades de blindados de transporte BTR-80A. Ademais, a artilharia autopropulsada é também composta principalmente por peças russas de vários tipos.
Além disso, o parque de veículos de transporte inclui blindados de produção francesa e chinesa, mas seu número não é tão significativo.
Quanto à aviação venezuelana, ela também possui dezenas de helicópteros de combate Mi-35M2, 16 unidades Mi-17B5 e três aeronaves pesadas Mi-26.
No entanto, o trunfo principal da Força Aérea do país é representado por 23 caças multifuncionais Su-30MK2V e 19 caças F-16A americanos, comprados há muitos anos. A aviação de transporte, ao contrário, é composta por aviões de produção internacional. Apesar de seu armamento modesto, a Marinha é suficiente para proteger a zona marítima costeira do país.
Elemento mais forte
O sistema de defesa antiaérea é considerado como a parte mais poderosa das Forças Armadas da Venezuela. Ele representa um fator de contenção para aqueles vizinhos que se manifestam a favor de uma invasão militar. Em termos de estrutura, a defesa antiaérea está dividida em cinco brigadas. A defesa de mísseis de longo alcance é composta por S-300VM, que permitem atingir alvos a uma distância de até 250 quilômetros em altitudes até 30 quilômetros. Segundo indica a empresa fabricante, o sistema é eficaz contra aviões furtivos e até é capaz de abater alvos balísticos.
As tarefas de defesa antiaérea de médio alcance são exercidas por 12 sistemas Buk-M2, importados da Rússia e que já comprovaram sua eficácia na Síria, e 24 sistemas de lançamento de mísseis terra-ar S-125 Pechora-2M. Este possui a capacidade de alcançar alvos aéreos a uma distância de até 32 quilômetros em altitudes até 32 quilômetros. Além disso, possui um complexo de proteção radiotécnica modernizado.
A última linha da defesa antiaérea venezuelana conta com 13 sistemas Tor-M1 e algumas dezenas de sistemas Igla-S.
Todas as brigadas funcionam em ligação permanente com o Comando Unido de Defesa Aeroespacial, que faz parte da Força Aérea do país.
Em geral, em termos de capacidades militares, a Venezuela não representa uma força igual à dos EUA. No entanto, em caso de qualquer agressão, o exército da República Bolivariana da Venezuela conseguirá oferecer uma resistência tenaz. A opinião pública dos países da OTAN é muito vulnerável a perdas entre militares, especialmente no que se refere à elite, ou seja, os pilotos. Portanto, enquanto a Venezuela possuir sistemas para derrubar as aeronaves intrusas que penetrarem em seu território, os membros do bloco militar, bem como outros países, vão pensar bem antes de invadir o espaço aéreo soberano da Venezuela.