Chavista também alertou que país está preparado para responder a agressões externas, mas amenizou o tom ao dizer que reunião convocada pelos EUA na ONU é 'bem vinda'.
Por G1
Nicolás Maduro afirmou estar disposto a se encontrar com o líder oposicionista e presidente interino autodeclarado da Venezuela, Juan Guaidó. O chavista disse, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25) que "sempre houve tentativa de diálogo por parte dele" com a oposição.
Nicolás Maduro afirmou estar disposto a se encontrar com o líder oposicionista e presidente interino autodeclarado da Venezuela, Juan Guaidó. O chavista disse, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (25) que "sempre houve tentativa de diálogo por parte dele" com a oposição.
Nicolás Maduro fala à imprensa em meio a impasse sobre a Presidência da Venezuela — Foto: Manaure Quintero/Reuters |
"Se eu tiver de me encontrar com esse rapaz de boné e capuz às 3h da manhã no pico Humboldt, eu vou. Se tiver de ir nu, também vou", disse.
Maduro também criticou o que chama de "interferência estrangeira" no impasse sobre a Presidência venezuelana. Ele acusou Guaidó de ser "um agente" a mando de estrangeiros, e disse que o país está preparado para responder militarmente a agressões externas.
"Se querem a pátria, preparem-se para defendê-la. Queremos a paz, mas vamos nos preparar para um conflito", alertou.
O chavista tomou posse como presidente da república em 10 de janeiro, mas, na quarta-feira, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, reivindicou o cargo durante os protestos contra o regime Maduro até a organização de novas eleições.
Maduro, no entanto, rechaçou a hipótese de novas eleições, que também são pedidas por líderes de outros países como a Espanha.
"Venezuela vai seguir o seu caminho, e que vão embora da Venezuela", afirmou.
Maduro e os EUA
Maduro também voltou a acusar os Estados Unidos de interferirem no rumo político da Venezuela, mas afirmou que estaria aberto a um diálogo "respeitoso" com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Apesar da crítica ao governo norte-americano, Maduro afirmou que o debate convocado pelos EUA sobre a Venezuela no Conselho de Segurança da ONU é "bem vindo" e, portanto, que pode viajar a Nova York para participar da reunião. "Obrigado por isso, Mike Pompeo", disse, em tom irônico.
Ele também disse que não rompeu relação com os EUA, e, sim, "com o governo de Trump".
"Eu não sou anti-Estados Unidos. Sou anti-imperialismo [...]. Sou admirador dos EUA, e amo os EUA", emendou.
O governo dos EUA foi o primeiro a reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, e, em resposta, Maduro cortou relações políticas e diplomáticas com o país. O chavista deu 72 horas para que a delegação norte-americana deixasse o país, o que não foi reconhecido por Washington.
"Os EUA podem fazer como a China, que são potência mas não querem dominar o mundo", comparou.
Novas manifestações contra Maduro
Pouco antes do discurso de Maduro, Juan Guaidó convocou novas manifestações ao longo da próxima semana. Disse, ainda, que o dia, o formato e a hora dos próximos atos serão informados no próximo domingo (27).
Ele começou o pronunciamento com um minuto de silêncio "pelas vítimas" do atual regime de Nicolás Maduro.
"Não vamos seguir permitindo que se roube, como sempre se roubou o dinheiro da Venezuela. Nas próximas horas, vamos fazer um comunicado para garantir a proteção de nosso dinheiro", declarou Guaidó.