Ocidente apoia a proposta destrutiva do presidente da Assembleia Nacional venezuelano, Juan Guaidó, para um golpe de Estado militar na Venezuela, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Sputnik
O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, "incita abertamente as Forças Armadas a realizar um golpe militar", declarou a diplomata durante coletiva de impressa, reporta jornal norte-americano.
Militares venezuelanos © REUTERS / Miraflores Palace |
"Vemos que os patrocinadores ocidentais apoiam esta linha destrutiva por todos os meios", acrescentou.
Isso indica que "as fronteiras de Washington já não existem: nem interestaduais, nem econômicas, nem morais", disse Zakharova, acrescentando que "lamentavelmente, não podemos dizer que a ameaça de um conflito armado em grande escala [na Venezuela] desapareceu".
Além disso, segundo a diplomata, o caderno de anotações que carregava o assessor de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, sobre os "5.000 soldados para a Colômbia", prova que todas as opções em relação à Caracas continuam em cheque.
Zakharova classifica a situação no país sul-americano como "extremamente tensa", comentando que os recentes protestos, "muito mais modestos" do que os anteriores, são "um novo depoimento de que a oposição está relutante em dialogar, apesar das autoridades oficiais estarem dispostas a isso".
A representante oficial convoca os países parceiros a refletirem sobre "que papel Washington lhes atribui para preparar e desencadear um cenário de guerra na região, previamente testado no Iraque, Líbia, Síria ou Ucrânia".
"Supostamente, vemos como as forças políticas sensatas estão muito conscientes de que a única saída possível para a crise seria um amplo diálogo interno venezuelano."
A porta-voz da diplomacia russa comentou que a ameaça de um grande conflito armado persiste em Caracas, destacando que a Rússia saúda a indisposição de vários países latino-americanos à política norte-americana em relação à Venezuela, além de ressaltar que Moscou está disposta a participar da mediação para resolver a crise no país bolivariano.
"Congratulamos a renúncia firme dos atores regionais de seguir a linha militarista dos EUA", declarou a repórteres.
No dia 23 de janeiro, o líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, foi reconhecido como presidente interino da Venezuela, apelando ao artigo 233 da Constituição, dando início a um série de conflitos no país.
O segundo mandato de Nicolás Maduro, o atual presidente da Venezuela, não foi aceito pelos EUA e por mais vinte países, que decidiram não reconhecê-lo com chefe de Estado, sob alegação de resultado de eleições "fraudulentas" realizadas em maio do ano passado. Maduro e a sua administração consideram isto um golpe de Estado orquestrado por Washington.