A situação nos mares Negro e de Azov se desenvolve de forma extremamente desfavorável para a Ucrânia e, portanto, Kiev precisa de tentar mudar o equilíbrio de forças a seu favor, elaborando armas capazes de "atacar em profundidade o território da Rússia".
Sputnik
Tal opinião foi expressa pelo vice-diretor do Centro de Estudos do Exército, Conversão e Desarmamento, Mikhail Samus, em um artigo publicado no jornal Apostrof.
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Samus reconheceu que a Rússia domina completamente os mares Negro e de Azov. Ao mesmo tempo, nem a OTAN, nem tampouco a Ucrânia, podem impedi-lo. Além disso, a reação dos países ocidentais ao incidente de novembro no estreito de Kerch mostra que o Ocidente não está pronto para "elevar as apostas" e procura "congelar o conflito", indicou.
"A saída para a Ucrânia é óbvia: o desenvolvimento da capacidade da Marinha e dos sistemas de mísseis, as capacidades antiaérea e antimíssil do exército ucraniano. Essa é a única possibilidade", afirmou.
Ao mesmo tempo, em sua opinião, já não há nenhuma ilusão de que o Ocidente ajude a Ucrânia em qualquer conflito internacional.
Em seu ponto de vista, "a Ucrânia precisa de reforçar a sua Marinha, ou seja, mudar o equilíbrio de forças no mar Negro, contribuir para que a OTAN comece a ajudar a Romênia a desenvolver suas forças navais", indicou Samus.
Kiev também deve desenvolver sistemas de defesa antimíssil e antiaérea para "dissuadir a Rússia de usar suas poderosas capacidades de mísseis contra a Ucrânia", acredita o especialista.
"E, ao mesmo tempo, [deve] desenvolver sua própria arma de contenção — o míssil Neptun, que pode atacar o território da Rússia em profundidade", concluiu.
Em 25 de novembro, três navios da Marinha ucraniana violaram as fronteiras da Rússia. Eles realizaram manobras perigosas durante várias horas sem atender às exigências das autoridades russas. Como resultado, os navios foram detidos e os marinheiros presos.
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou o incidente no estreito de Kerch como provocação incentivada pelo presidente ucraniano, Pyotr Poroshenko. Em particular, o líder russo indicou que tudo foi organizado para introduzir a lei marcial na Ucrânia e, assim, adiar as eleições presidenciais.