Após prisão de Battisti, Itália oferece aproximação militar com Brasil. Acordo havia sido congelado em 2011, depois de asilo ser concedido pelo País ao italiano condenado
Jamil Chade | O Estado de S.Paulo | DefesaNet
DAVOS - Depois de mudar sua postura em relação a Cesare Battisti, o Brasil recebe uma proposta do governo da Itália para destravar um acordo militar e para que Roma seja o interlocutor de Brasília para conseguir um melhor acesso ao mercado europeu para os produtos exportados pelo País. Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro esteve reunido com o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte. Durante o encontro, o italiano agradeceu pela colaboração brasileira no caso de Battisti e ofereceu uma aproximação militar.
O presidente da República, Jair Bolsonaro, durante reunião bilateral como o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte Foto: Alan Santos/Presidência da República |
Bolsonaro e Conte
De acordo com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o general Augusto Heleno, um dos pontos levantados seria o interesse dos italianos pela venda de equipamentos militares ao Brasil, além do setor da construção naval. Um dos projetos seria a construção de uma fragata FREMM, com obras na Itália.
Além do setor militar, Roma ofereceu ao Brasil trabalhar para ser uma espécie de porta-voz dos interesses exportadores nacionais no mercado europeu. “Eles se dispõe a criar um grupo dentro da UE para facilitar o acesso do Brasil ao mercado”, explicou o general.
Em declarações ao Estado, o primeiro-ministro Conte explicou que a meta, a partir de agora, é a de aproximar os dois países. “Foi um encontro muito bom. Conversamos como poderemos ampliar nossa cooperação em diferentes campos, inclusive políticos e militar”, disse.
Em 2011, diante da decisão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva de conceder asilo a Battisti, diversos acordos entre Brasil e Itália foram cancelados ou congelados. Naquele anos, parlamentares italianos impediram a aprovação de um acordo de cooperação militar entre os dois países. A medida foi vista como uma retaliação ao Brasil.