O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Josep Borrell, afirmou nesta quinta-feira que a prioridade na Venezuela deve ser "evitar que a coisa piore" e considerou que isso exige "uma intervenção" da União Europeia "para que haja eleições livres, democráticas e com garantias".
EFE
Madri - "Vamos fazer com que este processo (eleições) aconteça", disse Borrell, em entrevista coletiva ao ser perguntado sobre a posição da UE com relação à autoproclamação do presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como "presidente interino" da Venezuela.
Protesto em Caracas em foto de 23 de janeiro. EFE/ Miguel Gutiérrez |
O ministro ressaltou que a UE "tem uma posição comum firme e clara na exigência de eleições que até agora (o presidente Nicólas) Maduro não queria".
Borrell também lamentou a "extraordinária lentidão" da UE para tomar decisões e disse que, "se não tivéssemos demorado quatro meses para decidir" criar um "grupo de contato" europeu com o governo de Maduro e com a oposição venezuelana, "talvez o tema tivesse sido de utilidade".
Agora, o prioritário é, segundo Borrell, convocar um Conselho Europeu de Relações Exteriores para chegar a acordos e impulsionar a política comum da UE de exigir a realização de eleições.
Ao ser questionado sobre quem ele considera que deveria convocar essas eleições, se Maduro ou Guaidó, Borrell respondeu que "isso é o que temos que ver" e reconheceu que a Espanha tem uma opinião a respeito, mas "não é para dá-la em uma entrevista coletiva, mas para trabalhá-la" no âmbito da UE.
O ministro enfatizou que é necessário que a UE decida com rapidez sua posição, já que a situação na Venezuela "pode degenerar para a instabilidade".
"Temos que evitar que a coisa piore, e isso exige uma intervenção da UE para que haja eleições; vamos fazer com que este processo aconteça", assinalou Borrell.
Para o ministro espanhol, é óbvio que, para promover eleições na Venezuela, será necessário "um contato com o regime de Maduro".
Em Davos, onde participa do Fórum Econômico Mundial, o presidente do governo espanhol, o socialista Pedro Sánchez, falou com Guaidó, a quem transferiu a mensagem de que eleições democráticas e transparentes são a saída "idônea e natural" para a crise na Venezuela, segundo disseram fontes de seu governo.