O Equador se posicionou contra qualquer opção que envolva uma intervenção militar na Venezuela e considera que, caso isso aconteça, haveria um impacto negativo e não contribuiria para uma solução da crise, disse nesta quinta-feira o chanceler equatoriano, José Valencia.
EFE
Davos (Suíça) - "Devemos dar aos venezuelanos a opção de decidirem, de serem atores do seu futuro através de caminhos democráticos", declarou Valencia ao discursar em uma sessão do Fórum Econômico Mundial dedicada a analisar a situação na Venezuela.
EFE/ Miguel Gutiérrez |
Além disso, o chanceler avaliou que para que a situação avance pelo caminho adequado é indispensável estabelecer canais de diálogo "entre todos os atores" destes eventos, incluindo os militares e o setor político que apoia o presidente Nicolás Maduro.
O chefe da diplomacia equatoriana considerou que neste processo também será essencial "identificar um grupo de países que possa facilitar esse diálogo", como foi feito no passado com o Grupo de Contadora na América Central.
"Não será fácil, mas é preciso tentar", comentou.
Na mesma sessão, o ex-ministro de Comércio da Venezuela e atualmente acadêmico nos Estados Unidos, Moisés Naim, considerou que as próximas horas são cruciais diante do ultimato que Maduro fez aos diplomatas americanos para que saiam do país.
Washington respondeu afirmando que manterá sua equipe diplomática na Venezuela.
Naim disse que dentro do complexo diplomático dos EUA em Caracas há um contingente de militares e se perguntou - de maneira hipotética - o que aconteceria se as Forças Armadas da Venezuela decidirem atacar o recinto.
O presidente do Equador, Lenín Moreno, já reconheceu ontem o líder da Assembleia Nacional da Venezuela (Parlamento), Juan Guaidó, como presidente interino do país e lhe transmitiu o seu desejo de que convoque eleições o mais rápido possível.