A joint venture de defesa da Embraer com a Boeing usará a alavancagem da empresa americana em relação aos fornecedores para cortar custos de peças e componentes no transporte tático KC-390.
Poder Aéreo
A companhia brasileira disse em uma conferência de investidores em 16 de janeiro que também vai se apoiar na rede internacional de vendas e marketing da Boeing, bem como na influência geopolítica dos EUA, para expandir as vendas do transporte.
A companhia brasileira disse em uma conferência de investidores em 16 de janeiro que também vai se apoiar na rede internacional de vendas e marketing da Boeing, bem como na influência geopolítica dos EUA, para expandir as vendas do transporte.
Embraer KC-390 |
“Nos mercados em que os EUA têm uma enorme influência geopolítica, concorremos com a Lockheed Martin nesses mercados”, disse Nelson Salgado, diretor financeiro da Embraer. “Agora, com a parceria com a Boeing, estamos abrindo todos esses mercados, os EUA e os mercados onde os EUA têm influência geopolítica significativa. Com a alavancagem da Boeing na cadeia de suprimentos, teremos grandes possibilidades de reduzir custos no [KC-390] e torná-lo um produto [que seja] mais competitivo também. ”
O KC-390 é equipado com dois turbofans A25 International Aero Engines V2500 e pode transportar 80 soldados ou 64 paraquedistas. A aeronave é projetada para executar missões como transporte de carga e de tropas, entrega de tropas e cargas aéreas, reabastecimento aéreo, busca e salvamento e combate a incêndios florestais.
Para lançar a nova joint-venture de defesa, a Embraer e a Boeing contribuirão com caixa e ativos, diz Salgado.
“O principal ativo com o qual a Embraer vai contribuir é a licença que temos para comercializar o KC-390 em todo o mundo exclusivamente. A propriedade intelectual do KC-390 pertence à Força Aérea Brasileira e ainda pertencerá à Força Aérea Brasileira”, afirma. “Nossa contribuição em dinheiro será algo abaixo de US$ 100 milhões.”
A joint venture voltada para a defesa também manterá as instalações de montagem final da Embraer em Melbourne, na Flórida, em Gavião Peixoto, no Brasil, e em Jacksonville, na Flórida. A Embraer diz que também está pesquisando a adição de uma instalação de montagem final para o KC-390 nos EUA.
O KC-390 é voltado para o segmento de mercado preenchido pela Lockheed Martin C-130 Hercules, que detém a maior fatia do mercado global de transporte militar em 2018 com 878 aeronaves ativas, ou 21% de participação de mercado, segundo o Flight Fleets Analyzer do FlightGlobal. A Embraer alega que o KC-390 tem o menor custo de ciclo de vida no mercado, bem como as velocidades máximas que ultrapassam o rival do turboélice.
A Embraer planeja continuar testando o avião de transporte em 2019, incluindo testes avançados de lançamento aéreo com cargas pesadas, reabastecimento aéreo e operações de pista não pavimentadas. A empresa afirma que a primeira aeronave de produção será entregue à Força Aérea Brasileira no primeiro semestre de 2019. O Flight Fleet Analyzer do FlightGlobal mostra que o serviço tem 27 pedidos firmes.
Existem 38 cartas de intenção para encomendar aeronaves de clientes internacionais, incluindo seis LOIs da Argentina, seis do Chile, 12 da Colômbia, duas da República Tcheca, seis de Portugal e seis da SkyTech, empresa de serviços de aviação com sede em Lisboa, de acordo com o Flight Fleet Analyzer.
Devido a uma excursão de pista com o protótipo 001 em maio de 2018, a declaração de capacidade operacional final para a aeronave está atrasada até o segundo semestre de 2019, diz a empresa. O incidente levou a empresa a incorrer em um item especial de US$ 127 milhões, reduzindo a receita de 2018 da unidade de defesa e segurança da empresa para US$ 600 milhões dos US$ 800 milhões a US $900 milhões previstos.
FONTE: FlightGlobal