Pequim presta pouca atenção às críticas de países estrangeiros sobre a decisão do tribunal chinês de aplicar a pena de morte para o cidadão canadense Robert Lloyd Schellenberg, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, durante uma coletiva de imprensa.
Sputnik
Na segunda-feira, um tribunal na cidade de Dalian, no nordeste da China, condenou Schellenberg à morte por contrabando de drogas. A decisão imediatamente enfrentou fortes críticas não apenas da liderança canadense, mas também da comunidade internacional, particularmente da Austrália, cujo Ministério das Relações Exteriores expressou profunda preocupação com o veredicto do tribunal.
Hua Chunying © AP Photo / Ng Han Guan |
"Posso dizer com toda clareza que não estamos preocupados em absoluto com as críticas internacionais", disse Hua.
A funcionária do governo também expressou surpresa com as críticas do Departamento Australiano de Relações Exteriores e Comércio, apontando que Schellenberg pretendia transportar drogas para a Austrália.
"Acredito que o Canadá possua alguns aliados sobre esta questão, mas estes não representam a opinião de toda a comunidade internacional. Parece-me que a comunidade internacional chegou a um consenso de que crimes perigosos como o tráfico ilegal de drogas devem ser punidos com rigor", acrescentou Hua.
As autoridades chinesas, inicialmente, sentenciaram o cidadão canadense a 15 anos de prisão. No entanto, no final de dezembro, um tribunal de apelações ordenou um novo julgamento, alegando que a punição inicial era muito branda. O réu foi informado nesta segunda-feira que tinha 10 dias para recorrer da sentença de morte.
Nesta segunda-feira, o premiê do Canadá, Justin Trudeau, afirmou que a China está utilizando seu sistema judicial para pressionar o seu país e retaliar a prisão de Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei.
No início de dezembro, Canadá, atendendo a um pedido dos Estados Unidos, prendeu a executiva da Huawei. A Justiça dos Estados Unidos solicitou a extradição de Meng por acusações de fraude em transações financeiras no Irã.