Maior exportador de carne de frango do Brasil, a Arábia Saudita suspendeu cinco frigoríficos da lista de exportadores brasileiros, no que pode ser o primeiro movimento de retaliação após o anúncio da transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
Sputnik
De acordo com informações publicadas pelo jornal Folha de S. Paulo, o governo do presidente Jair Bolsonaro já foi notificado de que 33 frigoríficos dos 58 habilitados para exportar para Arábia Saudita foram descredenciados.
Jonas de Oliveira/ANPR/Fotos Pública |
Restariam 25 frigoríficos habilitados e que poderiam absorver a demandas, porém nem todos eles exportam para Riad. Além disso, os gigantes brasileiros JBS e BRF estão entre os suspensos pelos sauditas.
Segundo apuração da Folha com agentes do setor de avicultura brasileiro, a principal suspeita da medida não diz respeito a alguma barreira sanitária, mas sim uma retaliação pela intenção já anunciada do governo Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Em 2018, a Arábia Saudita recebeu 14% das exportações de frango do Brasil, seguida pela China com 11%. No total, os sauditas compraram mais de R$ 2,1 bilhões do agronegócio e da indústria brasileira no ano passado.
Antes de Bolsonaro assumir a Presidência da República, os árabes já deram indicações de possíveis retaliações caso o Brasil levasse sua embaixada para Jerusalém. Após o governo egípcio cancelar uma visita do então chanceler brasileiro Aloysio Nunes, a Liga Árabe alertou o novo governo que a decisão poderia alterar as relações entre o bloco e Brasília.
Em uma entrevista ao SBT, Bolsonaro confirmou a intenção de levar a embaixada para Jerusalém, minimizando os riscos de retaliação em prol do aumento das relações comerciais com Israel. O presidente brasileiro deve visitar Israel em março.