A Marinha dos EUA corre o risco de perder sua superioridade por enfrentar dificuldades em se opor "aos desafios lançados por grandes potências como a China e a Rússia", informou um relatório elaborado pelo Centro de Análise Estratégica e Orçamentária (CSBA, na sigla em inglês).
Sputnik
Um novo relatório do CSBA considera as perspectivas da Marinha dos EUA em um ambiente em mudança e revela que sem a capacidade de apoiar novas missões, os porta-aviões e seus aviões "provavelmente teriam seguido o caminho dos navios encouraçados e deixado a frota há décadas".
Porta-aviões norte-americano USS John C. Stennis © AFP 2018 / KIM JAE-HWAN |
Os autores do relatório avaliaram as possíveis ameaças futuras e examinaram a estratégia militar dos EUA, bem como as capacidades do país, alertando que, se as atuais estratégias naval e de defesa marítima não forem transformadas, a frota estadunidense não seria capaz de obter vantagem em uma batalha contra navios militares chineses ou russos.
O relatório recomenda a modernização dos esquadrões embarcados dos porta-aviões (CVWs, na sigla em inglês), aos quais faltam "alcance, resistência, capacidade de sobrevivência e especialização para realizar os conceitos operacionais necessários para derrotar as grandes potências militares".
Analisando como evoluíram as capacidades militares norte-americanas e soviéticas durante a Guerra Fria e no período pós-Guerra Fria, os autores concluíram que, embora os EUA "não tenham enfrentado um adversário semelhante" nos anos que se seguiram à Guerra Fria, a situação atual mudou.
"Contudo, a configuração atual dos CVW não é adequada para as táticas que as forças navais dos EUA precisarão de empregar contra poderosos adversários, como a China e a Rússia, e potências regionais com capacidades melhoradas, como a Coreia do Norte e o Irã", informa o relatório.
Os autores sublinham que os sistemas de defesa antimísseis, "incluindo armas de energia dirigida e interceptores de curto alcance", que estão sendo desenvolvidos pelo Departamento de Defesa dos EUA, não serão suficientes em caso de potenciais lançamentos de mísseis chineses e russos.
Sugerindo diferentes composições da força naval, os pesquisadores admitem que seu plano alternativo "será mais caro" do que o que existe atualmente, porém, ele seria necessário para preservar a relevância da frota dos EUA.