As sanções dos EUA contra o Irã são exemplos flagrantes de "terrorismo econômico" e, ao perturbar a capacidade de Teerã de combater ataques terroristas, Washington coloca sua própria segurança em risco, disse o presidente iraniano Hassan Rouhani.
Sputnik
Ele observou ainda que as restrições impostas novamente por Washington visam "aterrorizar a economia" do Irã e ameaçar outras nações para cortarem o comércio e o investimento no país, segundo a mídia local.
Teerã, capital do Irã © Fotolia / Borna_Mir |
Falando em uma conferência sobre segurança no sábado (8), Rouhani observou que as sanções podem fazer o tiro sair pela culatra, uma vez que minam os esforços de Teerã para combater o tráfico de drogas e os ataques terroristas.
"Eu aviso aqueles que impõem sanções que, se a capacidade do Irã de combater as drogas e o terrorismo for afetada […] vocês não estarão a salvo de um dilúvio de drogas, buscadores de asilo, bombas e terrorismo", advertiu o presidente iraniano.
Nas margens do evento, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, acusou os EUA de inundarem a região com armas, transformando-a em um "barril de pólvora".
"O nível de vendas de armas pelos norte-americanos é inacreditável e muito além das necessidades regionais", alertou Zarif, acrescentando que isso constitui uma política "muito perigosa" conduzida por Washington na região.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs novamente sanções ao setor petroleiro e ao setor bancário de Teerã no início deste ano, depois de retirar seu país do Plano de Ação Conjunto (JCPOA, sigla em inglês) sobre o programa nuclear iraniano. Trump criticou o acordo como "inadequado em sua essência" e acusou Teerã de violá-lo secretamente.
Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou o Irã de testar um míssil balístico de alcance intermediário capaz de transportar ogivas nucleares. Sem confirmar ou negar o teste em si, os militares iranianos alegaram que todos os testes de mísseis visam fortalecer a defesa nacional. O chanceler Zarif criticou além disso as declarações de Pompeo como "hipocrisia", acrescentando que Washington violou a mesma resolução ao abandonar o acordo nuclear.