A Rússia denunciou hoje a perigosa intervenção da União Européia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) nos assuntos internos dos países balcânicos.
Prensa Latina
Moscou - A Rússia manifesta sua preocupação pelo aumento dos esforço da OTAN e da UE para a assimilação da região balcânica, indicou o ministro de Assuntos Exteriores, Serguei Lavrov.
Sergei Lavrov | Reprodução |
Tudo isso leva à formação de novas linhas divisórias e à instabilidade da própria Europa, considerou Lavrov, em declarações ao jornal grego Efimerida t sindakton.
As nações balcânicas são colocadas perante a falsa disjuntiva de estar com Moscou, por um lado, ou com Washington e Bruxelas, pelo outro, afirmou o diplomata russo, em alusão ao caso da Macedônia e Montenegro, candidatos a fazer parte da OTAN.
Essas ações só levam a uma 'maior instabilidade da arquitectura de segurança da Europa, ao aumento da tensão e ao aparecimento de novas linhas divisórias', declarou o ministro russo.
Assim, o regime de protetorado imposto à república ex-yugoslava de Bósnia e Herzegóvina, onde rege um complicado sistema de presidência rotatória de suas três grandes comunidades, impede o desenvolvimento da região, considerou.
O representante especial da UE para Bósnia e Herzegóvina estabelece um regime de protetorado que impede o processo de reconciliação e o cumprimento do acordo de paz, apesar do fato que esse funcionário público deveria ser a garantia desses processos, apontou.
Agora pretendem deslegitimar as eleições realizadas na Bósnia e, principalmente, criar um estado de opinião que coloque em dúvida a vitória do líder dos sérvio-bósnios Miroslav Dodic, declarou Lavrov.
O representante especial e enviado da UE tem direito a anular decisões dos órgãos executivos e legislativos de todas as instâncias da Bósnia e Herzegóvina.
Além disso, tal enviado da UE pode destituir funcionários públicos de qualquer nível, incluindo membros do parlamento e o presidente da República Srpska. Essas decisões de nenhuma forma podem ser revogadas.
Especialistas recordam que nos acordos de Dayton, assinados em 1995 para acabar com o conflito na referida região entre sérvios, croatas e muçulmanos bósnios, em nenhum momento se falava de tais prerrogativas, que foram estabelecidas depois.