O novo sistema a laser russo Peresvet tem como objetivo eliminar objetivos terrestres, a defesa contra mísseis inimigos, além de desativar satélites e combater enxames de drones e aeronaves.
Sputnik
Sendo assim, as tropas testarão o sistema com base em seus objetivos. No momento, há poucas informações sobre o sistema. Entretanto, é possível prever que o equipamento possa ser utilizado em diversas áreas. Levando a crer que qualquer base, qualquer instalação que precise ser protegida, será equipada com armas a laser no futuro.
Sistema a laser Peresvet | Reprodução |
Putin afirmou saber que uma série de países estão trabalhando no desenvolvimento de armas baseadas em novos princípios físicos. Nisso a Rússia está um passo à frente dos outros em seu avanço militar e um resultado foi a produção do novo sistema a laser. "Isso não é apenas teoria ou projetos, ou mesmo o início de produção", afirmou o líder russo.
Tanto que o sistema está sendo entregue às tropas russas desde o ano passado. O presidente russo não entrou em detalhes, mas ressaltou que a presença desses sistemas de combate eleva a capacidade da Rússia para garantir a sua segurança.
Este sistema baseado em novos princípios físicos iniciou sua fase de testes no dia 1º de dezembro, entrando em serviço operacional em modo de teste nos locais de seu posicionamento, recebendo a infraestrutura necessária. No primeiro teste, após receberem instruções, os soldados efetuaram o desdobramento do Peresvet.
Segundo as primeiras informações, o sistema é operado remotamente e a torre efetua rotação de 360 graus, permitindo sua utilização contra alvos aéreos e terrestres.
"O Peresvet pode atuar eficazmente contra todos os meios de ataque aéreo, sistemas de reconhecimento e armas de alta precisão […]", afirmou o especialista militar Alexei Leonkov, enfatizando que o sistema poderá neutralizar qualquer tipo de equipamento óptico e eletrônico de aparelhos inimigos, tais como drones. Sendo assim, o sistema será uma arma preparada para a guerra eletrônica.
Ele também pode afetar objetivos maiores, incluindo aeronaves e não apenas drones. Porém, o sistema não destruiria a aeronave, mas desorientaria os pilotos.
Essas características do novo sistema servirão como um complemento para os sistemas de defesa aérea e guerra eletrônica existentes, funcionando de maneira integrada e diminuindo os danos que ataques de drones poderiam causar em bases ou outras instalações.
Quando trabalhando em conjunto, os sistemas se complementam, já que o sistema a laser apresenta algumas restrições climáticas, como névoa, tempestades de areia e precipitações, além de serem exigentes quanto às instalações energéticas.
Segundo o vice-ministro Yuri Borisov, o Peresvet será modernizado já nos próximos anos. A nova versão será demonstrada na parada do Dia da Vitória, na Praça Vermelha. Além disso, a nova versão se tornará mais compacta, reduzindo o número de veículos de apoio e o número das tripulações.
Anteriormente, a União Soviética e os EUA iniciaram o desenvolvimento de armas a laser. Entretanto, o maior problema enfrentado na época era o tamanho da instalação energética. Isso devido ao fato de que para abater até mesmo um pequeno objeto, o laser deve possuir uma potência de várias dezenas de quilowatts.
No final dos anos 1970, a União Soviética criou o seu primeiro sistema aéreo a laser, o Beriev A-60, uma aeronave de laboratório laser baseada no avião Il-76. Nos anos 90 foram construídos dois desses aparelhos, mas o projeto foi encerrado pouco depois.
O sistema a laser Peresvet foi apresentado pelo presidente russo, Vladimir Putin, em março de 2018 durante sua mensagem anual perante as duas câmaras do parlamento russo, e em julho o Ministério da Defesa da Rússia comunicou que os sistemas já tinham entrado em serviço do exército russo e sido instalados nos locais necessários.