O presidente da Rússia, Vladimir Putin, tachou nesta terça-feira de "militarista" o orçamento de Defesa dos Estados Unidos, que considerou o maior da história. "US$ 725 bilhões é uma cifra recorde, mesmo levando em conta uma pequena inflação. Seja como for, é um orçamento militarista", disse Putin durante uma reunião com o Estado-Maior do Ministério de Defesa da Rússia.
EFE
Nesse sentido, destacou que o orçamento russo chega a US$ 46 bilhões e antecipou que a Rússia reduzirá nos próximos anos, "em termos percentuais", sua despesa em Defesa.
Nesse sentido, destacou que o orçamento russo chega a US$ 46 bilhões e antecipou que a Rússia reduzirá nos próximos anos, "em termos percentuais", sua despesa em Defesa.
Vladimir Putin | Reprodução |
"Vemos a disparidade no financiamento entre as principais potências militares. A disparidade é muito grande. E nós devemos manter o equilíbrio estratégico", comentou. Contudo, considerou que o desenvolvimento de armamento estratégico por parte da Rússia lhe permitirá manter a paridade nuclear com os Estados Unidos.
"Ninguém tem armas hipersônicas e nós já as temos. Mais ainda, isto não é um plano: o Kinzhal já entrou em serviço", ressaltou. Putin se referia ao míssil de alta precisão Kinzhal, que tem um alcance de mais de 2.000 quilômetros, uma velocidade dez vezes maior que o som e que é capaz de burlar o escudo antimísseis americano, segundo Moscou.
O presidente russo também qualificou de bem-sucedidos os testes realizados com o míssil intercontinental pesado Sarmat e destacou o início da produção em série dos sistemas Avangard, equipado com mísseis de cruzeiro, e que foram apresentados à sociedade pelo chefe do Kremlin em março durante seu polêmico discurso sobre o Estado da Nação.
O ministro da Defesa russo, Sergei Choigu, também denunciou que os EUA e a OTAN continuam aumentando seu potencial militar e, em particular, acusou Washington de trabalhar este ano para criar forças militares espaciais a fim de garantir sua hegemonia no globo e uma nova frota operacional para ampliar sua presença no Ártico.
Quanto à OTAN, lembrou seus planos de criar dois comandos de forças militares conjuntas, o que abrirá o caminho para o rápido desdobramento de tropas americanas perto das fronteiras russas.