O presidente do Chile, Sebastián Piñera, anunciou nesta quarta-feira (26) uma emenda à Constituição para remover gestores das Forças Armadas de maneira mais simples e direta.
Sputnik
"Vamos enviar uma reforma constitucional para acabar com o antigo mecanismo de remoção", disse Piñera em entrevista ao Canal 13.
Sebastián Piñera © AFP 2018 / Odd Andersen |
Na semana passada, Piñera anunciou na televisão nacional sua decisão de remover o diretor dos Carabineros, o general Hermes Soto, após o assassinato do indígena Camilo Catrillanca. Os Carabineiros são uma espécie de polícia militar do país.
No entanto, Soto se recusou a renunciar. O impasse obrigou o governo a acionar um mecanismo nunca utilizado da Constituição em que o Governo Federal pede a destituição do líder militar e explica seus motivos ao Congresso e ao Controlador-Geral da República.
Piñera pretende simplificar esse processo e argumentou que "os comandantes das Forças Armadas e o diretor-general dos Carabineros devem ser subordinados ao poder civil e quando o presidente pede a demissão devem renunciar no ato".
Na sexta-feira, 21 de dezembro, o governo conseguiu demitir o general Soto e nomeou o general Mario Rozas.
A saída de Soto é uma das muitas facetas da crise desencadeada pelo assassinato da liderança indígena Catrillanca na Araucanía. Da origem Mapuche, ele foi morto com um tiro nas costas das forças policiais.
Mais de 20 funcionários dos Carabineros já foram demitidos por conta do episódio, e quatro deles estão sendo processados por acusações de homicídio e obstrução da justiça.