O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, explicou por que ele acha que a ativista Maria Butina, presa nos EUA, fez um acordo com os promotores: ela quer escapar das condições de tortura em que está sendo mantida.
Sputnik
Falando à imprensa na capital do Azerbaijão, Baku, Lavrov disse que os promotores americanos estavam deliberadamente tentando quebrar Butina.
Maria Butina | Facebook |
"Eu posso entender essa mulher, ela está sendo mantida nas mais duras condições, por muitos meses ela foi submetida a uma espécie de tortura: eles a faziam passear à noite, interrompendo o sono à força, colocando-a no confinamento em solitária e muitas outras coisas", comentou Lavrov.
O ministro russo afirmou ter razões "para acreditar que as condições que foram criadas para ela [Butina] são destinadas a quebrar sua vontade e fazê-la confessar algo que ela provavelmente não fez".
O tratamento desnecessariamente severo continuou até recentemente, na quinta-feira, depois do acordo judicial de Butina. Ela estava sendo mantida em condições "normalmente reservadas para criminosos reincidentes perigosos", complementou Lavrov.
Butina provavelmente fechou o acordo — confessando a menor das acusações contra ela, a fim de conseguir o descanso — para que ela possa voltar ao seu país o mais rápido possível, avaliou Lavrov. Desta forma, ela só enfrenta uma prisão de cinco anos e extradição para a Rússia. Lavrov prometeu a ajuda do Ministério de Relações Exteriores para facilitar seu retorno.
Butina, uma ativista dos direitos das armas que defende a criação de leis russas de armas de fogo mais parecidas com as americanas, foi pega no meio da caçada por "agentes russos" após a vitória presidencial de Donald Trump em 2016. Morando nos Estados Unidos com visto de estudante, foi presa em meados de julho e acusada de trabalhar secretamente para que o governo russo fizesse incursões com o Partido Republicano e a Associação Nacional do Rifle. Moscou rejeitou qualquer noção de conexão com ela.
Diplomatas russos têm mantido contato com Butina na prisão e disseram que suas condições são "levemente abaixo da tortura". Ela foi submetida a buscas indevidas e humilhantes, privação de sono e negação de cuidados médicos apropriados.