Apenas uma investigação conjunta do Reino Unido e da Rússia pode estabelecer a verdade sobre o caso do envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia, mas Londres não reage às propostas de ajuda de Moscou, revelou o chefe do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia (SVR), Sergei Naryshkin.
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"Se vocês se lembram, a Rússia ofereceu imediatamente ajuda e expressou sua disposição de participar da investigação do incidente, dessa provocação, infelizmente, o Reino Unido não quer cooperar", explicou Narishkin em uma entrevista ao canal de televisão russo Rossiya 1.
Militares ingleses limpando os pontos relacionados ao envenenamento de Skripal © Sputnik / Alex McNaughton |
Além disso, de acordo com Naryshkin, Moscou considera a investigação britânica "uma provocação", acrescentando que, em sua opinião, Londres "destrói constantemente provas".
Em 4 de março, o ex-agente secreto Sergei Skripal e sua filha foram envenenados na cidade britânica de Salisbury, o que provocou um grande escândalo internacional. Londres acusou Moscou de ter orquestrado o ataque com o que especialistas do Reino Unido afirmaram ser o agente nervoso A234 (também conhecido como Novichok).
A parte russa negou todas as acusações, exigindo acesso à investigação do caso e aos seus cidadãos que estavam em um hospital britânico, mas Londres recusou todos os pedidos.
No início de setembro, a parte britânica mostrou fotos de dois supostos suspeitos do envenenamento — Aleksandr Petrov e Ruslan Boshirov — e alegou que os dois indivíduos eram oficiais do GRU, mas logo acrescentou que os nomes eram falsos.
Porém, os homens refutaram as acusações em entrevista ao canal russo RT, dizendo que visitaram o Reino Unido como turistas e não têm conexão com os serviços de inteligência.