Justiça aceitou pedido da chinesa, que foi detida a pedido dos Estados Unidos e corria risco de extradição. Fiança estipulada fixada em US$ 7,5 milhões.
Por G1
A diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi solta nesta quarta-feira (12) depois de passar 11 dias presa no Canadá.
A diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi solta nesta quarta-feira (12) depois de passar 11 dias presa no Canadá.
A pedido dos EUA, polícia do Canadá prende executiva chinesa — Foto: Reprodução/JN |
A executiva teve aceito o pedido de liberdade condicional, por um juiz canadense. O valor da fiança foi fixado em 10 milhões de dólares canadenses (US$ 7,5 milhões).
Meng saiu da prisão poucas horas depois da ordem do juiz, informou o canal Global News.
"O risco de que não se apresente perante o tribunal (para uma audiência de extradição) pode ser reduzido a um nível aceitável, impondo as condições de fiança propostas por seu assessor", disse o juiz, aplaudido na sala do tribunal pelos partidários da empresa chinesa, informa a France Presse.
As condições de libertação incluem a entrega de seus dois passaportes, que permaneça em uma de suas residências de Vancouver e use tornozeleira eletrônica. Além disso, não poderá se ausentar de casa entre as onze da noite e as seis da manhã, segundo decisão do juiz.
A chinesa foi presa no último dia 1º, no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, mas a notícia só foi revelada na quarta-feira passada (5). Wanzhou foi presa em Vancouver - a pedido dos EUA - quando trocava de avião durante uma viagem de Hong Kong ao México.
Meng, de 46 anos, que também é filha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei, enfrenta acusações de fraude para violar sanções ao Irã impostas pelos EUA. A Justiça americana exige sua extradição por "conspiração para defraudar várias instituições financeiras".
Ela é acusada pela justiça americana de mentir sobre o uso de uma subsidiária oculta para fazer negócios com o Irã, o que viola as sanções de Washington a Teerã. Se for considerada culpada, a executiva pode ser condenada a mais de 30 anos de prisão.
Na última segunda (10), a chinesa pediu a liberdade condicional por questões de saúde, alegando sofrer de hipertensão. O governo americano queria sua extradição para os EUA.
A primeira audiência de extradição foi fixada para 6 de fevereiro. Os Estados Unidos têm 60 dias a partir da detenção de Meng, em 1° de dezembro, para proporcionar toda a documentação necessária ao procedimento.
Ex-diplomata canadense é preso na China
O anúncio da condicional aconteceu poucas horas depois da confirmação da detenção de um ex-diplomata canadense na China, o que aumentou a crise.
"Sabemos que um canadense foi detido na China, estamos em contato direto com os chineses", afirmou Trudeau, quando questionado pela imprensa sobre informações de uma ONG sobre a prisão de Michael Kovrig, especialista canadense no nordeste asiático que já foi diplomata em Pequim, Hong Kong e nas Nações Unidas.
Já o ministro da Segurança, Ralph Goodale, declarou estar "muito preocupado" com a prisão.
Os Estados Unidos expressaram nesta terça sua "preocupação" com a prisão de Kovrig e pediram a Pequim que "detenha todas as formas de prisão arbitrárias".
O porta-voz do departamento americano de Estado, Robert Palladino, exigiu "respeito às garantias e à liberdade de todos os indivíduos, de acordo com os compromissos internacionais da China em matéria consular e de direitos humanos".
A China "não vai ficar de braços cruzados" se seus cidadãos forem "maltratados" no exterior, alertou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, mais cedo nesta terça-feira.
A ONG onde Kovrig trabalhou, o International Crisis Group (ICG), confirmou estar ciente das informações sobre sua prisão. "Faremos o possível para obter informações sobre o destino de Michael e conseguir sua libertação rápida e em toda segurança", declarou a organização de prevenção de conflitos.