O apelo do senador americano John Barrasso de enviar a frota dos EUA e da OTAN para o mar Negro está ligado ao desejo de Washington de transformara a Ucrânia em um novo foco de tensão, semelhante à Síria, Líbia e ao Afeganistão, opina o deputado russo Mikhail Nenashev.
Sputnik
Anteriormente, John Barrasso apelou para enviar a frota dos EUA e da OTAN para o mar Negro a fim de demonstrar a sua força. Ele acrescentou que são necessários fornecimentos adicionais de meios da defesa antiaérea e de armas antinavio à Ucrânia.
Fragata dos EUA na Ucrânia © Sputnik / Stringer |
"Os norte-americanos perderam tudo na Síria, na Líbia e no Iraque, estão sendo expulsos do Afeganistão. Eles querem fazer da Ucrânia mais um foco de tensão e, por isso, estão prontos a ajudar à Ucrânia com sua frota", disse Nenashev à Sputnik.
Segundo ele, os voos da aviação dos EUA perto das fronteiras russas, o aparecimento de navios norte-americanos perto das águas russas, acabam por favorecer as Forças Armadas da Rússia.
"Do ponto de vista militar e naval, o que a frota e a aviação americana fazem para nossas Forças Armadas é um trabalho útil. Os nossos militares treinam anualmente mais de 100 tarefas com essas aproximações americanas, suas visitas não amigáveis", ressaltou o deputado.
Não é preciso dar explicações à sociedade russa quanto aos gastos, os militares não precisam de estímulos adicionais para cumprir as tarefas quando eles veem um agressor se aproximando, disse Nenashev, acrescentando que as Forças Armadas da Rússia estão prontas para resistir na região sul do país.
Incidente no estreito de Kerch
Na segunda-feira (26), o parlamento ucraniano aprovou a introdução da lei marcial em algumas regiões do país por 30 dias. Poroshenko pediu para o Ocidente impor mais sanções contra Moscou e apelou aos EUA a pressionarem a Rússia.
A medida foi tomada na sequência do incidente no estreito de Kerch em 25 de novembro, quando três navios ucranianos atravessaram a fronteira marítima da Rússia, violando o direito internacional. Foi tomada a decisão de usar armas e deter os navios ucranianos. A Rússia abriu um processo criminal por violação fronteiriça.
Moscou qualificou o incidente como uma provocação que é explicada pela baixa popularidade do presidente Pyotr Poroshenko nas vésperas das eleições presidenciais.