O controle do território sírio deixado pelos EUA deve passar para as autoridades da Síria, mas não se conhecem contatos entre Washington e Damasco, declarou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Sputnik
"Surge também uma questão de princípio — a quem será estregue o controle sobre os territórios deixados pelos americanos? Obviamente, deve ser ao governo sírio, de acordo com o direito internacional e levando em conta o caminho escolhido pela Síria e o povo sírio. Mas ainda não temos dados sobre quaisquer contatos entre Washington e Damasco quanto a esse assunto", anunciou Zakharova durante a coletiva de imprensa.
Damasco, Síria | SANA |
A retirada das tropas americanas do território sírio não significa a cessação da atividade da coalizão internacional liderada pelos EUA, declarou a representante oficial da chancelaria russa.
"Os representantes oficiais americanos dão a entender que a retirada das tropas americanas do território sírio não significa a cessação da atividade da assim chamada coalizão internacional de luta contra o Daesh [grupo proibido na Rússia e em vários outros países]", disse Zakharova, acrescentando que não há declarações claras sobre a estratégia dos EUA, há apenas alusões e formulações veladas.
Para ela, a possibilidade de os EUA continuarem ataques aéreos e operações militares terrestres limitadas na Síria depois da retirada das tropas permanece em dúvida.
Além disso, Zakharova afirmou que não há um calendário claro da retirada das tropas americanas da Síria. A Rússia se orienta pelas informações da mídia, segundo as quais a saída completa do contingente terrestre dos EUA da Síria pode ser realizada no prazo de 2-3 meses.
Em 19 de dezembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a vitória sobre o Daesh na Síria, observando que esta era a única razão da permanência das tropas norte-americanas no país árabe. Mais tarde, a secretária de imprensa da Casa Branca Sarah Sanders informou que os EUA iniciaram a retirada das tropas da Síria, mas que a vitória sobre o Daesh não significa o fim da coalizão.