Notícias sobre a presença de armas nucleares na Crimeia foram classificadas como falsas pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. O cientista político Vladimir Dzharalla explicou por que a Rússia não tem intenção de colocar armas nucleares na península.
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A porta-voz russa comentou durante briefing, ocorrido na quinta-feira (13), o artigo publicado no jornal The Guardian do comissário europeu para a Segurança, Julian King, sobre a situação no estreito de Kerch.
Sevastopol, Crimeia © Sputnik / Vitaliy Belousov |
De acordo com King, a Rússia estava se preparando para "apreender navios no mar de Azov", para o qual espalhou falsas acusações contra a Ucrânia.
Zakharova comentou dizendo que "é difícil de entender por que uma pessoa divulgaria tais notícias falsas", classificando as declarações do diplomata como "ficções". Já a Duma de Estado da Rússia chamou essa afirmação de vazia.
Outra alegação infundada veio por parte do chanceler ucraniano Pavel Klimkin, que acusou a Rússia de militarizar a península, afirmando que o país transformou a Crimeia em uma enorme base militar.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista da Crimeia, Vladimir Dzharalla, comentou o assunto.
"Se alguém declarar que existem armas nucleares na Crimeia, então eu gostaria primeiro de obter provas. Acredite, elas são sempre inequívocas. Há um segundo ponto: esta colocação é uma violação das obrigações internacionais, o que é absolutamente atípico para a Rússia", disse o analista.
Dzharalla afirmou que a Rússia segue à risca todas as leis e tradados negociados, e acrescentou que a publicação de King é uma tentativa de acusar Moscou "com o propósito de justificar um passo bastante perigoso" sobre essa questão.
"Há um terceiro ponto que é técnico: armas nucleares, em virtude de suas capacidades, podem ser aplicadas a partir de qualquer ponto, em que estão localizadas na Rússia. Portanto, não há problemas a este respeito", comenta o especialista da Crimeia.
Em 25 de novembro, ocorreu uma violação da fronteira russa por três navios da Marinha da Ucrânia, resultando na detenção dos navios e de 24 tripulantes a bordo. Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, a invasão hostil foi intitulada de "provocação" e usada como pretexto pelo líder ucraniano para aumentar sua baixa popularidade às vésperas das eleições.