Segundo o secretário de Estado dos EUA Mike Pompeo, Washington vai continuar a pressionar Teerã até que o Irã abandone seu "rumo revolucionário". O especialista Andreas Schweitzer deu sua opinião sobre as consequências das medidas restritivas dos EUA contra o Irã e empresários estrangeiros.
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Segundo Andreas Schweitzer, diretor executivo da Arjan Capital, uma consultoria para empresas que planejam entrar no mercado iraniano, hoje em dia "temos uma guerra econômica entre os EUA e o Irã" e as sanções econômicas são uma arma dos EUA nessa guerra.
Refinaria de petróleo no Irã © AP Photo / Vahid Salemi |
"A situação, sem dúvidas, é dramática para a economia iraniana e especialmente para o povo iraniano", disse Schweitzer à Sputnik Internacional.
Depois da introdução das sanções, as empresas multinacionais que têm grandes negócios nos EUA são obrigadas a reduzir a zero seus negócios com o Irã. Pelos termos estabelecidos pelos EUA, empresas e países que negociem com Teerã em qualquer nível estariam sujeitos a sanções americanas. Ao mesmo tempo, essa situação dá grandes oportunidades às empresas que não estão ligadas aos EUA.
Entretanto, os EUA concederão permissão temporária a oito países que querem continuar a importar petróleo iraniano.
"Os EUA acreditam que eles [esses oito países] vão negociar com ele [o Irã] de qualquer maneira, por isso possivelmente seja melhor aceitar isso em vez de iniciar mais uma nova luta com eles. A China não vai deixar de importar; os EUA precisam da China, que compra um terço do petróleo iraniano", explicou o especialista.
Quanto a possíveis medidas de retaliação do Irã, Schweitzer opina que o fechamento do estreito de Ormuz seria uma medida extrema.
"Um dos resultados, do ponto de vista dos EUA, é que a economia [do Irã] está sofrendo e a moeda iraniana desvalorizou cerca de 70%. Para ilustrar isto, em 2009 por um euro você recebia 10 mil riais, no ano passado você recebia 50 mil riais e hoje você recebe 150 mil riais; assim, todas suas importações são de três a quatro vezes mais caras que no ano passado, isso mata os negócios. Isso mata os negócios não apenas para os iranianos, mas também para os estrangeiros", revelou o analista.
Em maio, o presidente estadunidense Donald Trump anunciou que Washington sairia do acordo nuclear com o Irã, assinado mais cedo pelo seu antecessor Barack Obama. O mandatário também falou sobre a restauração de todas as sanções contra o país, inclusive as secundárias, ou seja, contra os países que negociam com o Irã. O primeiro pacote de medidas restritivas entrou em vigor a partir de 7 de agosto, enquanto o segundo, o mais vasto e referente às exportações do petróleo, entrou em vigor em 5 de novembro.