As Forças Armadas dos EUA planejam reduzir o número dos militares envolvidos nas operações antiterroristas na África nos próximos anos, frente à estratégia de defesa nacional do Pentágono que prevê conter as ameaças provenientes da Rússia e China.
Sputnik
Neste ano, o Pentágono anunciou como sua prioridade a contenção da China e da Rússia após mais de uma década ter estado concentrado no combate aos islamistas.
Militares dos EUA © AP Photo / Mindaugas Kulbis |
"O Departamento de Defesa divulgou no início deste ano a Estratégia de Defesa Nacional e ofereceu orientações claras como o departamento priorizará os esforços e recursos para a competição de longo prazo com a China e Rússia e construção de uma força mais letal para um combate real", disse o porta-voz do Pentágono, comandante Candice Tresch, citado pelo CNN.
"A redução de pessoal militar está prevista ser menos de 10% do total de 7.200 efetivos e terá lugar ao longo dos próximos anos", diz a agência Reuters, citando o comandante.
Tresch afirmou que as medidas praticamente não abrangerão as atividades de "contra-violência das organizações extremistas" em tais países como a Somália, Djibuti e Líbia.
Em outras regiões do mundo, incluindo na África Ocidental, os EUA mudarão o foco da "assistência tática para a assessoria, assistência, intermediação e cooperação na área da inteligência", sublinhou o porta-voz.
Um oficial estadunidense que falou sob anonimato à mídia afirmou que a redução das tropas deverá decorrer nos próximos três anos e poderá incluir países como os Camarões, Quênia e Mali.
Nesta semana, ex-funcionários da administração norte-americana divulgaram um relatório, encomendado pelo Congresso, segundo o qual os militares têm falta de recursos para financiar suas necessidades e atingir os objetivos declarados pelo secretário de Defesa, James Mattis, no início deste ano.
Tanto a Rússia como a China também têm interesses nos países africanos. Durante a Guerra Fria, a União Soviética prestava ajuda humanitária a diversos países africanos. Após o colapso da URSS, a Rússia tentou restabelecer alguns desses laços. Desde 2014, a Rússia assinou 19 acordos de cooperação militar com países da África Subsaariana, entre os quais a Etiópia, Nigéria e Zimbábue.
Pequim, por sua parte, anunciou em 2015 assistência e empréstimos de 60 bilhões de dólares aos países africanos para ajudar no desenvolvimento do continente.
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