O Ministério da Defesa do Reino Unido está sendo acusado de patrocinar tecnologias que permitem a criação de robôs militares autônomos, relata organização britânica.
Sputnik
Apesar das declarações públicas da Grã-Bretanha de não haver nenhum plano de criação de tais veículos aéreos não tripulados, o governo britânico financia ativamente o desenvolvimento de "robôs assassinos", diz o relatório vazado pela organização britânica não governamental Drone Wars, que visa acabar com o uso de drones armados.
Drone Taranis © Foto : BAE Systems |
Há dois anos, acadêmicos no Canadá e na Austrália pediram a proibição preventiva do desenvolvimento e uso de robótica autônoma letal, um movimento que se tornou parte da Campanha para Parar Robôs Assassinos.
Peter Burt, autor do relatório "Off The Leash: O Desenvolvimento de Drones Militares Autônomos no Reino Unido", afirma que a Grã-Bretanha está dando dinheiro especificamente para a criação do drone Taranis, bem como a dezenas de outros programas de pesquisa similares para fins militares.
Segundo o relatório, o drone Taranis, desenvolvido pela BAE Systems e pelo Ministério da Defesa do Reino Unido, é capaz de voar autonomamente, traçar rotas e localizar alvos. O valor do projeto é estimado em 200 milhões de libras esterlinas (R$ 986 milhões).
Burt cita que o veículo não tripulado em questão tem "capacidades autônomas avançadas", argumentando que "o desenvolvimento de verdadeiros drones autônomos letais se torna, assim, uma possibilidade real".
"O governo deveria apoiar iniciativas internacionais para prevenir o desenvolvimento e uso de armas totalmente autônomas e deveria estar investigando o enorme potencial da inteligência artificial para identificar potenciais áreas de conflito e prevenir guerras antes que elas comecem", sublinhou.
Um porta-voz anônimo da Defesa da Grã-Bretanha, citado pelo Independent, nega as alegações sobre os planos do governo britânico de criar esses sistemas, declarando que suas armas sempre estarão "sob controle humano como uma garantia absoluta de supervisão, autoridade e responsabilidade".
Em 2017, durante conferência em Lisboa, o proeminente físico britânico Stephen Hawking citou especificamente o advento de poderosas armas autônomas, advertindo que, se não forem usadas adequadamente, a inteligência artificial "poderia ser o pior acontecimento da história da nossa civilização".