O governo dos Estados Unidos sancionou nesta segunda-feira 700 indivíduos, empresas e entidades do Irã, entre elas a Organização da Energia Atômica da República Islâmica, mas anunciou que oito países - China, Índia, Itália, Grécia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan e Turquia - estarão isentos dessas restrições.
EFE
Washington - O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, anunciou em entrevista coletiva os oito países que estarão isentos durante seis meses das sanções que Washington voltou a impor hoje sobre Teerã como parte de sua decisão de voltar ao regime anterior à assinatura do acordo nuclear internacional firmado em julho de 2015.
O secretario de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo (esq.), e o Secretario do Tesoro, Steven Mnuchin (dir.). EFE/ Michael Reynolds |
Pompeo explicou que essas isenções foram concedidas sob "circunstâncias especiais" e indicou que, apesar da rejeição às sanções por parte da União Europeia (UE) e de outros países, "as companhias europeias já tomaram sua decisão" ao deixarem, em alguns casos, o mercado iraniano.
Além disso, o secretário de Estado considerou que os EUA foram "sinceramente muito claros" com todos os países europeus e garantiu que "muitos deles apoiam" as iniciativas de Washington para pressionar Teerã.
Em setembro, representantes da União Europeia (UE) e dos cinco países que seguem respaldando o pacto nuclear - Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - chegaram a um acordo para criar uma entidade especial para facilitar os negócios com o Irã e evitar as sanções.
"No centro de nossos esforços está uma campanha sem precedentes de pressão econômica. Nosso objetivo é reduzir as receitas que o regime iraniano utiliza para financiar suas atividades desestabilizadoras no Oriente Médio e no mundo todo", frisou Pompeo.
O secretário de Estado americano expressou o desejo de Washington de estabelecer "um novo pacto" com o Irã, mas alertou que não voltará à mesa de negociações até que Teerã cumpra com uma série de requisitos em seu programa nuclear e de mísseis.
À 0h01 de Washington desta segunda-feira (3h em Brasília), entrou em vigor a nova rodada de sanções dos EUA, que incluem restrições à venda de petróleo e gás.
Entre os sancionados está a Organização da Energia Atômica do Irã, encarregada de implementar as restrições ao programa de energia nuclear do Irã; assim como 50 bancos, entre os quais se destacam o Banco de Desenvolvimento de Exportações do Irã e o Banco Central.
No total, incluindo as restrições a 700 indivíduos e entidades de hoje, Washington impôs mais de 900 sanções nos dois anos de governo do atual presidente Donald Trump, o que representa "o nível mais alto de pressão econômica" que os EUA jamais impuseram sobre Teerã, disse o Departamento do Tesouro americano em comunicado.