A decisão da Rússia de efetuar manobras anuais no mar Mediterrâneo marca o fim da época de estagnação da Marinha Russa, indica o especialista militar Vladimir Bogatyrev.
Sputnik
Recentemente, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, informou em videoconferência que as manobras navais Escudo Oceânico, realizadas no início de setembro pela Marinha russa, passariam a ser efetuadas anualmente.
Navios da Marinha da Rússia em desfile naval © Sputnik / Aleksandr Galperin |
Estes foram os primeiros exercícios conjuntos da Marinha e da Força Aeroespacial russas no mar Mediterrâneo. Das manobras participaram 26 navios de guerra, dois submarinos e uma frota de aeronaves.
O ministro russo da Defesa também informou que no Mediterrâneo será formado o grande grupo naval capaz de realizar uma ampla gama de missões.
Segundo comentou ao serviço russo da Rádio Sputnik o especialista militar e o major-general aposentado russo Vladimir Bogatyrev, este é um sinal de que a Marinha russa está ressurgindo e concentrando suas forças em teatros de guerra marítimos e oceânicos.
"As Forças Armadas, a Marinha da Rússia, estão saindo para os oceanos. O período de colapso e estagnação acabou. Atualmente, concentramos cada vez mais forças em teatros de guerra nos mares e oceanos. No mar Mediterrâneo encontra-se nosso esquadrão, que executa tarefas operacionais e presta apoio aos militares e equipamentos da Força Aeroespacial da Rússia que operam na Síria, transporta cargas, etc.", declarou o especialista.
Ao mesmo tempo, ele apontou que "essas manobras [Escudo Oceânico] não representam nada de especial do ponto de vista de resistência à OTAN na região".
"Mas, visto que os EUA, os países da OTAN decidiram manter permanentemente suas forças navais operacionais no mar Mediterrâneo, claro que nosso país, nossas Forças Armadas vão ficar ali de modo regular. Vão realizar treinamentos de todas as forças e meios, inclusive a frota de superfície, a frota submarina, a Força Aérea […]", enfatizou.
Para concluir, o especialista militar confirmou que "atualmente, as capacidades da Marinha da Rússia permitem fazê-lo".