A Ucrânia fechará o espaço aéreo sobre o mar Negro para realizar testes de mísseis na região ucraniana de Kherson. Este é apenas um elemento de uma estratégia maior, declarou ao serviço russo da Rádio Sputnik o especialista Semyon Uralov.
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O espaço aéreo sobre o mar Negro será fechado desde 1 até 4 de novembro por causa de testes de lançamento de mísseis, comunicou o representante da Força Aérea ucraniana, Dmitry Strutinsky.
Sukhoi Su-27 da Ucrânia © Sputnik / Yevgeny Biyatov |
"Amanhã [1 de outubro] começam exercícios aéreos na região de Kherson para testar mísseis terra-ar", cita suas palavras a agência ucraniana Ukrainskie Novosti.
A Ucrânia já realizou testes parecidos anteriormente. Em 1 e 2 de dezembro de 2017, o país efetuou lançamentos de mísseis no espaço aéreo soberano da Rússia sobre o mar Negro perto da Crimeia. Kiev declarou o espaço aéreo sobre esses territórios "perigoso para voos". Posteriormente, a Ucrânia estabeleceu nova zona "perigosa" sobre as águas neutras e parcialmente as águas russas, a sudoeste e sudeste da Crimeia, sem explicação de razões.
A Rússia assinalou que Kiev não coordenou tais ações com as autoridades russas, exigindo a revogação imediata dos avisos emitidos pela parte ucraniana. Entretanto, a entidade russa declarou que os voos sobre a Crimeia não estão em perigo e que o espaço aéreo sobre a península não será fechado.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista Semyon Uralov comentou a decisão ucraniana de fechar o espaço aéreo.
"A questão jurídica nas relações entre a Ucrânia e a Rússia já não está na agenda, porque lá a questão jurídica é substituída pela questão de racionalidade e garantias externas. Mas os EUA e a Europa fecham os olhos às ações ucranianas, por isso falar de direito em princípio não faz sentido", disse Semyon Uralov.
Segundo o especialista, o fechamento do espaço aéreo é parte de uma "escalação sistemática". O novelo de contradições está se apertando. Basta lembrar as tentativas de Kiev de agravar a situação ao redor do mar de Azov. O especialista considera este passo como uma forma de "verificar a reação para depois escalar a situação" e de "pequeno elemento de uma estratégia maior".