Os embaixadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se reúnem nesta segunda-feira com o enviado diplomático da Ucrânia em uma sessão extraordinária da Comissão Otan-Ucrânia para avaliar a situação após os últimos incidentes envolvendo embarcações russas e ucranianas no Mar de Azov.
EFE
Bruxelas - "A pedido do presidente (da Ucrânia, Petro) Poroshenko, o secretário-geral (da Otan, Jens Stoltenberg) decidiu convocar uma reunião extraordinária da Comissão Otan-Ucrânia de embaixadores em Bruxelas para abordar a atual situação", afirmou a organização em comunicado.
Jens Stoltenberg em foto de outubro de 2018 | EPA/OLIVIER HOSLET |
Stoltenberg conversou nesta manhã com Poroshenko sobre os últimos eventos no Mar de Azov e no Estreito de Kerch, entre eles o que envolveu navios russos e ucranianos neste domingo.
"O secretário-geral expressou total apoio da Otan à integridade territorial e à soberania da Ucrânia, incluindo seus direitos de navegação completa em suas águas territoriais sob a lei internacional", destacou a Otan.
Hoje, a porta-voz da organização militar, Oana Lungescu, pediu "contenção" às partes após declarar que a Otan está acompanhando "de perto" o desenvolvimento dos eventos na região.
Oana também pediu à Rússia que "garanta o acesso sem impedimentos" aos portos ucranianos no Mar de Azov, segundo a lei internacional.
A porta-voz lembrou que, na cúpula da organização realizada em julho em Bruxelas, os líderes da Otan manifestaram apoio à Ucrânia e deixaram claro que a militarização promovida pela Rússia na Crimeia, no Mar Negro e no Mar de Azov "representa mais ameaças à independência da Ucrânia e mina a estabilidade da região".
A Rússia acusou hoje a Ucrânia de protagonizar uma "provocação muito perigosa" no Mar Negro, onde a guarda costeira russa capturou no domingo três navios da marinha ucraniana e feriu vários de seus tripulantes depois que estes supostamente violaram suas águas territoriais.
A tensão no Mar de Azov aumentou desde que Moscou construiu em maio a ponte da Crimeia que liga a península com a Rússia, o que fez aumentar as inspeções dos navios ucranianos, algo que Kiev considera um bloqueio de seus portos na região.