Todos os anos, durante o mês de novembro, nas instalações do Monumento Votivo Militar Brasileiro (MVMB), na cidade de Pistoia, Itália, ocorre a cerimônia cívico-militar em homenagem aos heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que lutaram em território italiano durante a Segunda Guerra Mundial.
DefesaNet
O evento deste ano de 2018 contou com a presença de diversas autoridades políticas e militares italianas e diplomáticas brasileiras, com destaque para os presidentes das regiões da Toscana e da Emilia-Romagna (cargo equivalente ao de Governador de Estado no Brasil) e os prefeitos das cidades onde a FEB combateu e contribuiu com a liberação local do jugo nazifascista.
O evento deste ano de 2018 contou com a presença de diversas autoridades políticas e militares italianas e diplomáticas brasileiras, com destaque para os presidentes das regiões da Toscana e da Emilia-Romagna (cargo equivalente ao de Governador de Estado no Brasil) e os prefeitos das cidades onde a FEB combateu e contribuiu com a liberação local do jugo nazifascista.
A cerimônia teve início com a entrada solene do Estandarte da FEB no pátio do MVMB, conduzido pelo Senhor Mario Pereira, administrador do posto. Após a realização das honras militares protocolares, foram lidos textos alusivos ao evento pelo Adido do Exército Brasileiro na Itália, Cel Ricardo Augusto do Amaral Peixoto, e pela representante da Embaixada Brasileira no país, a Diplomata Fátima Keiko Ishitani.
Em seguida, houve a aposição de corbelhas de flores pelas autoridades junto ao sepulcro do “Soldado Desconhecido”, como homenagem aos militares brasileiros que combateram na Itália. Encerrando o evento, ocorreu o culto religioso em honra à FEB, cuja missa foi presidida pelo Bispo da cidade de Pistoia, Monsenhor Fausto Tardelli.
A solenidade contou com uma homenagem, aos soldados da FEB, por parte do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) e da Associação dos Veteranos da 10ª Divisão de Montanha dos EUA. Esta unidade combateu ao lado dos brasileiros sob a égide do IV Corpo de Exército, do V Exército de Campanha dos EUA, entre os meses de janeiro e abril de 1945, tendo contribuído com as ações vitoriosas da FEB em Monte Castello, La Serra, Castelnuovo e Montese, por exemplo.
O cerimonial cívico-militar da solenidade foi realizado pela Aditância do Exército Brasileiro na Itália e pelo Senhor Mario Pereira, guardião e gestor do MVMB. Também contou com a presença de militares paraquedistas do Exército Italiano pertencentes ao 183º Regimento Paraquedista, Regimento “Nembo”, cujo Comandante recebeu uma panóplia em agradecimento pelo apoio prestado à Aditância do Exército em diferentes ocasiões.
Além da população local, também abrilhantaram a cerimônia os integrantes do Grupo “Fratelli sulla Montagna”, que portavam uniformes de época, representando os “pracinhas” da FEB, e representações de Associações Nacionais de Resistência ao jugo Nazifascista: “Partigiani”, “Giustizia e Libertà”, “Alpini Pistoia e Montale”, “Linea Gotica” e “Bersaglieri italiani”.
Saiba mais
Em dezembro de 1944, após os meses iniciais do emprego operativo da FEB contra o jugo nazifascista em solo italiano, foi instalado o Cemitério Militar Brasileiro na cidade de Pistoia. Em maio de 1945, ao término da guerra, o Brasil contabilizava a morte de 465 militares na Campanha da Itália. Destes, 457 integravam o efetivo do Exército Brasileiro e oito eram oriundos da Força Aérea Brasileira.
O Cemitério de Pistoia foi o sepulcro dos heróis brasileiros até 1960, quando então seus despojos foram exumados e transladados para o Monumento Nacional aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, na cidade do Rio de Janeiro. Nessa ocasião, o Cemitério foi desativado e, em 1966, o terreno que o abrigou cedeu lugar ao Monumento Votivo Militar Brasileiro.
Em 1967, um ano após a inauguração do MVMB, foram localizados os restos mortais de um dos três militares brasileiros desaparecidos desde o fim da guerra – e até hoje não identificado – que se tornou o único brasileiro sepultado no local, no emblemático túmulo do “Soldado Desconhecido”. Os corpos dos outros dois militares permanecem extraviados até os dias atuais.
50 Anos após instalação, restaura-se Cruz do Monte Prano, homenagem à Força Expedicionária Brasileira
Este ano, durante as comemorações em homenagem à Força Expedicionária Brasileira (FEB) nas cidades de Massarosa e Camaiore, vislumbrou-se a possibilidade de restauração da simbólica Cruz do Monte Prano, 50 anos após sua instalação no local.
O objetivo exigiu a convergência de ações de diferentes órgãos, como a Prefeitura de Camaiore, a Aditância do Exército Brasileiro na Itália, a Administração do Monumento Votivo Militar de Pistoia (MVMP), empresários e voluntários locais e o grupo de escaladores e alpinistas “Amici della Montagna”.
O trabalho foi concluído em outubro do corrente ano e a cidade de Camaiore, rememorando o triunfo sobre o jugo nazifascista, recuperou o simbólico monumento que de forma perene recorda o empenho das tropas brasileiras que combateram pela justiça e liberdade da região.
Histórico da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Entre os meses de setembro de 1944 e maio de 1945, a FEB participou efetivamente das operações militares para a libertação da Itália do jugo nazifascista, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse período, atuou sob o Comando do IV Corpo de Exército do V Exército de Campanha dos Estados Unidos da América (EUA).
A primeira missão de combate da FEB na guerra teve início em 13 de setembro de 1944. A partir de então, os bravos militares que integravam as tropas nacionais escreveram páginas de honra, sacrifício e glória que se perpetuarão na historiografia militar brasileira e mundial.
A FEB seguiu para a Itália com um efetivo superior a 25 mil militares, divididos em cinco escalões marítimos. As missões iniciais de combate em solo italiano foram efetivadas pelo primeiro escalão da FEB, cujo contingente tinha por base o 6º Regimento de Infantaria (6º RI). As primeiras tropas brasileiras haviam desembarcado na Itália em 16 de julho de 1944.
O início das operações militares da FEB na Itália ocorreu na Região da Toscana, precisamente no Vale do Rio Serchio, e promoveu as primeiras conquistas brasileiras sobre as forças nazifascistas: ocupação e liberação da cidade de Massarosa (17 de setembro de 1944); conquista da cidade de Camaiore (18 de setembro de 1944); conquista do Monte Prano (26 de setembro de 1944); ocupação e liberação das cidades de Fornaci e Coreglia Antelminelli (6 de outubro de 1944); de Barga (11 de outubro de 1944); de Sommocolonia (24 de outubro de 1944); e de Trassilico e Verni (25 de outubro de 1944).
Durante as ações da FEB para a conquista de Camaiore, militares brasileiros proporcionaram à população local certa dignidade durante aquele período de rígida escassez. Uma das famílias ajudadas foi a do Senhor Alessandro Paoli, que possuía 13 anos na época.
A generosidade e a solidariedade dos militares brasileiros contribuíam mais uma vez para renovar o ânimo da população civil italiana, oprimida pela guerra e pelo domínio nazifascista. Em 1968, o Senhor Paoli, cidadão italiano e habitante de Camaiore, resolveu homenagear as tropas brasileiras que libertaram sua cidade e a região e também ajudaram sua família durante os idos de setembro de 1944.
A homenagem materializou-se na construção de uma Cruz metálica com 12 metros de altura, fixada sobre o cume do Monte Prano, a 1230 m de altitude, em um ponto com pleno comandamento sobre a cidade de Camaiore.
Em seguida, houve a aposição de corbelhas de flores pelas autoridades junto ao sepulcro do “Soldado Desconhecido”, como homenagem aos militares brasileiros que combateram na Itália. Encerrando o evento, ocorreu o culto religioso em honra à FEB, cuja missa foi presidida pelo Bispo da cidade de Pistoia, Monsenhor Fausto Tardelli.
A solenidade contou com uma homenagem, aos soldados da FEB, por parte do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) e da Associação dos Veteranos da 10ª Divisão de Montanha dos EUA. Esta unidade combateu ao lado dos brasileiros sob a égide do IV Corpo de Exército, do V Exército de Campanha dos EUA, entre os meses de janeiro e abril de 1945, tendo contribuído com as ações vitoriosas da FEB em Monte Castello, La Serra, Castelnuovo e Montese, por exemplo.
O cerimonial cívico-militar da solenidade foi realizado pela Aditância do Exército Brasileiro na Itália e pelo Senhor Mario Pereira, guardião e gestor do MVMB. Também contou com a presença de militares paraquedistas do Exército Italiano pertencentes ao 183º Regimento Paraquedista, Regimento “Nembo”, cujo Comandante recebeu uma panóplia em agradecimento pelo apoio prestado à Aditância do Exército em diferentes ocasiões.
Além da população local, também abrilhantaram a cerimônia os integrantes do Grupo “Fratelli sulla Montagna”, que portavam uniformes de época, representando os “pracinhas” da FEB, e representações de Associações Nacionais de Resistência ao jugo Nazifascista: “Partigiani”, “Giustizia e Libertà”, “Alpini Pistoia e Montale”, “Linea Gotica” e “Bersaglieri italiani”.
Saiba mais
Em dezembro de 1944, após os meses iniciais do emprego operativo da FEB contra o jugo nazifascista em solo italiano, foi instalado o Cemitério Militar Brasileiro na cidade de Pistoia. Em maio de 1945, ao término da guerra, o Brasil contabilizava a morte de 465 militares na Campanha da Itália. Destes, 457 integravam o efetivo do Exército Brasileiro e oito eram oriundos da Força Aérea Brasileira.
O Cemitério de Pistoia foi o sepulcro dos heróis brasileiros até 1960, quando então seus despojos foram exumados e transladados para o Monumento Nacional aos Mortos na Segunda Guerra Mundial, na cidade do Rio de Janeiro. Nessa ocasião, o Cemitério foi desativado e, em 1966, o terreno que o abrigou cedeu lugar ao Monumento Votivo Militar Brasileiro.
Em 1967, um ano após a inauguração do MVMB, foram localizados os restos mortais de um dos três militares brasileiros desaparecidos desde o fim da guerra – e até hoje não identificado – que se tornou o único brasileiro sepultado no local, no emblemático túmulo do “Soldado Desconhecido”. Os corpos dos outros dois militares permanecem extraviados até os dias atuais.
50 Anos após instalação, restaura-se Cruz do Monte Prano, homenagem à Força Expedicionária Brasileira
Este ano, durante as comemorações em homenagem à Força Expedicionária Brasileira (FEB) nas cidades de Massarosa e Camaiore, vislumbrou-se a possibilidade de restauração da simbólica Cruz do Monte Prano, 50 anos após sua instalação no local.
O objetivo exigiu a convergência de ações de diferentes órgãos, como a Prefeitura de Camaiore, a Aditância do Exército Brasileiro na Itália, a Administração do Monumento Votivo Militar de Pistoia (MVMP), empresários e voluntários locais e o grupo de escaladores e alpinistas “Amici della Montagna”.
O trabalho foi concluído em outubro do corrente ano e a cidade de Camaiore, rememorando o triunfo sobre o jugo nazifascista, recuperou o simbólico monumento que de forma perene recorda o empenho das tropas brasileiras que combateram pela justiça e liberdade da região.
Histórico da participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Entre os meses de setembro de 1944 e maio de 1945, a FEB participou efetivamente das operações militares para a libertação da Itália do jugo nazifascista, durante a Segunda Guerra Mundial. Nesse período, atuou sob o Comando do IV Corpo de Exército do V Exército de Campanha dos Estados Unidos da América (EUA).
A primeira missão de combate da FEB na guerra teve início em 13 de setembro de 1944. A partir de então, os bravos militares que integravam as tropas nacionais escreveram páginas de honra, sacrifício e glória que se perpetuarão na historiografia militar brasileira e mundial.
A FEB seguiu para a Itália com um efetivo superior a 25 mil militares, divididos em cinco escalões marítimos. As missões iniciais de combate em solo italiano foram efetivadas pelo primeiro escalão da FEB, cujo contingente tinha por base o 6º Regimento de Infantaria (6º RI). As primeiras tropas brasileiras haviam desembarcado na Itália em 16 de julho de 1944.
O início das operações militares da FEB na Itália ocorreu na Região da Toscana, precisamente no Vale do Rio Serchio, e promoveu as primeiras conquistas brasileiras sobre as forças nazifascistas: ocupação e liberação da cidade de Massarosa (17 de setembro de 1944); conquista da cidade de Camaiore (18 de setembro de 1944); conquista do Monte Prano (26 de setembro de 1944); ocupação e liberação das cidades de Fornaci e Coreglia Antelminelli (6 de outubro de 1944); de Barga (11 de outubro de 1944); de Sommocolonia (24 de outubro de 1944); e de Trassilico e Verni (25 de outubro de 1944).
Durante as ações da FEB para a conquista de Camaiore, militares brasileiros proporcionaram à população local certa dignidade durante aquele período de rígida escassez. Uma das famílias ajudadas foi a do Senhor Alessandro Paoli, que possuía 13 anos na época.
A generosidade e a solidariedade dos militares brasileiros contribuíam mais uma vez para renovar o ânimo da população civil italiana, oprimida pela guerra e pelo domínio nazifascista. Em 1968, o Senhor Paoli, cidadão italiano e habitante de Camaiore, resolveu homenagear as tropas brasileiras que libertaram sua cidade e a região e também ajudaram sua família durante os idos de setembro de 1944.
A homenagem materializou-se na construção de uma Cruz metálica com 12 metros de altura, fixada sobre o cume do Monte Prano, a 1230 m de altitude, em um ponto com pleno comandamento sobre a cidade de Camaiore.
Fonte: Agência Verde-Oliva