Uma série de sanções internacionais impostas sobre a Eritreia há quase uma década foi suspensa de forma unânime pelo Conselho de Segurança na quarta-feira (14), quatro meses após a assinatura de um histórico acordo de paz com a Etiópia, em julho.
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Na época, o acordo foi elogiado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que o classificou como “um vento soprando na direção da paz”, e as relações melhoraram consistentemente desde então.
Na época, o acordo foi elogiado pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que o classificou como “um vento soprando na direção da paz”, e as relações melhoraram consistentemente desde então.
Reunião do Conselho de Segurança sobre a situação na Somália, em 14 de novembro de 2018. Foto: ONU/Eskinder Debebe |
Como parte do acordo, a Etiópia pediu para o Conselho de Segurança suspender as sanções, que envolviam embargos de armas, proibições de viagens, congelamento de ativos e sanções específicas mirando certos grupos e indivíduos.
O representante permanente da Eritreia para as Nações Unidas, Amanuel Giorgio, elogiou a suspensão das sanções como um marco para o fim de um período difícil para a Eritreia e para a região.
“A Eritreia como nação está comprometida a trabalhar com todos os seus vizinhos. O acordo de paz entre Eritreia e Etiópia e o acordo tríplice entre Eritreia, Etiópia e Somália marcam o começo de um novo amanhecer”, disse, acrescentando que “é hora de redobrar esforços e trabalhar de perto com vizinhos para construir uma região em paz consigo mesma”.
O Reino Unido foi o país que presidiu o processo de esboço da resolução para suspender sanções, e a embaixadora do Reino Unido para a ONU, Karen Pierce, disse que a resolução reconhece melhorias na paz e segurança regional.
“Não somente é um passo muito importante para os países na região, mas também envia um importante sinal mais amplo para a comunidade internacional de que, se as medidas corretas forem adotadas, sanções podem ser suspensas”, declarou.
Falando em nome da Etiópia, o representante permanente do país na ONU, Taye Atske Selassie Made, elogiou “incondicionalmente” a adoção da resolução que, segundo ele, seu país apoia totalmente.
“Estamos apoiando esta resolução hoje, em um momento em que um importante e histórico fato está se desdobrando no Chifre da África”, disse.
“Os avanços a partir da reaproximação entre Etiópia e Eritreia já estão produzindo consequências de longo alcance sem precedentes e positivas, e estão alterando significativamente o cenário político do Chifre da África e além.”
O encontro do Conselho de Segurança também reafirmou o embargo de armas sobre a Somália e pediu para o secretário-geral da ONU realizar uma avaliação técnica do embargo em vigor contra o país.