Diretor-geral diz que a comunidade internacional não está a conseguir acabar com a fome naquele país; país tem 14 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar; conflito tem agravado condições de vida da população.
ONU
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, FAO, José Graziano da Silva, considera que a comunidade internacional não está a conseguir acabar com a fome provocada pela crise no Iémen.
Diretor-geral da FAO considera que a comunidade internacional não está a conseguir acabar com a fome provocada pela crise no Iémen | PMA /Jonathan Dumont |
O representante afirmou que esta é “uma tragédia humana sem precedentes", durante um encontro de alto nível realizado esta terça-feira, em Nova Iorque.
Exemplo
Em entrevista à ONU News, o representante explicou que o conflito é uma das principais causas para a atual situação do país.
“Apesar de todo o nosso esforço, apesar da Agenda 2030, pelos três últimos anos vimos aumentar o número de pessoas sofrendo fome no mundo. Isso tem que ver basicamente com dois grandes motivos: o primeiro são os conflitos, os conflitos se intensificaram, se expandiram em regiões como o Iémen, que acho que é o exemplo que nos preocupa mais nesse momento. Mas além dos conflitos também o impacto das mudanças climáticas.”
Insegurança alimentar
De acordo com a FAO, 14 milhões de pessoas estão em risco de grave insegurança alimentar naquele país do Oriente Próximo, incluindo crianças.
O representante lembra que o Iémen é “a prova viva de uma equação apocalíptica: os conflitos e a segurança alimentar andam de mãos dadas e, quando há uma sobreposição de mudanças climáticas e conflitos, a fome aparece no horizonte."
Graziano apresentou o relatório da FAO, do Programa Mundial de Alimentos e do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola que aponta as causas e as implicações do recente aumento da fome ao nível mundial.
Agravamento
A FAO indica que após anos de progresso, o número de pessoas que passam fome tem vindo a crescer nos últimos três anos, subindo para quase 821 milhões em 2017. O número de pessoas nessa situação está agora ao mesmo nível de há uma década.
Os conflitos, como no caso do Iémen, bem como as alterações climáticas e o abrandamento económico são as principais causas deste agravamento.