O programa norte-americano de desenvolvimento do caça F-35, que começou em 1992, é o programa de armamento mais caro do mundo, atingindo 1,5 trilhão de dólares (cerca de 6 trilhões de reais) até 2030. Entretanto, apenas recentemente se começou a falar sobre o uso deste avião em missões reais.
Sputnik
Ao longo dos mais de 25 anos do programa de desenvolvimento, o novo avião tem sido protagonista de muitas notícias, que se referem principalmente a falhas técnicos ou ao custo exorbitante do projeto.
Início difícil
Em 28 de setembro de 2018, um F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA caiu na Carolina do Sul. O incidente foi comentado pelo diretor do programa, o vice-almirante Matt Winter, que disse que o avião caiu devido a problemas técnicos não habituais em aviões deste tipo.
Os problemas técnicos não são algo novo no programa de desenvolvimento do F-35. Devido a várias falhas, o programa teve vários atrasos e custos adicionais. Para evitar gastos imprevistos causados pelos adiamentos, alguns testes foram cancelados e alguns padrões de qualidade foram reduzidos.
Entretanto, apesar dos custos altos, dificuldades e falhas técnicas, não há planos para cancelar o programa. Além disso, para levar o F-35 em frente foi até cancelado o programa de modernização do primeiro caça de quinta geração, o F-22 Raptor, até o momento considerado o mais sofisticado.
A primeira missão, um combate ou mera publicidade?
O primeiro voo do F-35 foi realizado apenas em 2018, quando já haviam sido produzidos mais de 300 aviões. Em maio, um F-35A participou do ataque da Força Aérea de Israel. Mais tarde, no fim de setembro do mesmo ano, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA usou um F-35B para bombardear instalações dos talibãs no Afeganistão.
No entanto, ambos os casos deixaram questões sobre o desempenho do caça de quinta geração, porque os resultados dos ataques são desconhecidos.
Também se destaca o caráter promocional da missão no Afeganistão, cujo anúncio foi acompanhado por um vídeo em que o F-35B decola e aterrissa sobre o porta-aviões Essex. Segundo o analista militar Viktor Murakhovsky, o uso de um caça furtivo contra os talibãs, que não têm aviões, defesa antiaérea nem radares, tem apenas objetivos publicitários.
"O primeiro uso em combate deste caça não passou de publicidade: grosso modo, contra dois fuzis Kalashnikov foi usado um caça cuja hora de voo custa cerca de cem fuzis", sublinhou o especialista à Sputnik.
Projeção de potência
As principais expetativas do Pentágono em relação aos F-35B estão ligadas ao que se conhece como a "projeção de potência". Graças à capacidade de decolar e pousar verticalmente, esses caças não precisam estar localizadas sobre grandes porta-aviões e podem ser transportados por navios anfíbios.
Isso aumenta a mobilidade e a velocidade do destacamento operacional para realizar operações militares.
Entretanto, Murakhovsky manifesta o seu cepticismo quanto às capacidades dos F-35.
Segundo ele, se em um avião são combinados a possibilidade de decolar verticalmente, a furtividade e o alto desempenho de ataque, o avião não terá vantagens em nenhum desses domínios.
Perspectivas de fabricação
Um dos problemas ligados à venda dos caças é a sua manutenção. Segundo a mídia, atualmente o tempo de espera de peças de reposição para os F-35 localizados na base aérea na Carolina do Sul pode chegar a dois anos.
Outro problema é o alto preço desses caças. Os EUA estão tentando resolver esse problema através da cooperação com os aliados e com a gradual redução do preço devido à economia de escala. Entretanto, apesar de uma gradual redução do preço, os F-35B e C continuam custando mais de 100 bilhões (R$ 384 bilhões) de dólares por unidade.
Além dos EUA, os países que possuem caças F-35 são o Reino Unido, Austrália, Israel, Itália, Japão, Holanda, Noruega e Coreia do Sul. A Dinamarca e a Turquia também planejam adquirir estas aeronaves. No entanto, Murakhovsky sublinha que os EUA vão vender seus caças graças especialmente a fatores políticos.
"Acredito que Washington poderá vender suficientes F-35 mas não devido às qualidades desse caça, mas devido à influência militar e política dos EUA no mundo", explicou ele.
Em 28 de setembro de 2018, um F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA caiu na Carolina do Sul. O incidente foi comentado pelo diretor do programa, o vice-almirante Matt Winter, que disse que o avião caiu devido a problemas técnicos não habituais em aviões deste tipo.
Os problemas técnicos não são algo novo no programa de desenvolvimento do F-35. Devido a várias falhas, o programa teve vários atrasos e custos adicionais. Para evitar gastos imprevistos causados pelos adiamentos, alguns testes foram cancelados e alguns padrões de qualidade foram reduzidos.
Entretanto, apesar dos custos altos, dificuldades e falhas técnicas, não há planos para cancelar o programa. Além disso, para levar o F-35 em frente foi até cancelado o programa de modernização do primeiro caça de quinta geração, o F-22 Raptor, até o momento considerado o mais sofisticado.
A primeira missão, um combate ou mera publicidade?
O primeiro voo do F-35 foi realizado apenas em 2018, quando já haviam sido produzidos mais de 300 aviões. Em maio, um F-35A participou do ataque da Força Aérea de Israel. Mais tarde, no fim de setembro do mesmo ano, o Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA usou um F-35B para bombardear instalações dos talibãs no Afeganistão.
No entanto, ambos os casos deixaram questões sobre o desempenho do caça de quinta geração, porque os resultados dos ataques são desconhecidos.
Também se destaca o caráter promocional da missão no Afeganistão, cujo anúncio foi acompanhado por um vídeo em que o F-35B decola e aterrissa sobre o porta-aviões Essex. Segundo o analista militar Viktor Murakhovsky, o uso de um caça furtivo contra os talibãs, que não têm aviões, defesa antiaérea nem radares, tem apenas objetivos publicitários.
"O primeiro uso em combate deste caça não passou de publicidade: grosso modo, contra dois fuzis Kalashnikov foi usado um caça cuja hora de voo custa cerca de cem fuzis", sublinhou o especialista à Sputnik.
Projeção de potência
As principais expetativas do Pentágono em relação aos F-35B estão ligadas ao que se conhece como a "projeção de potência". Graças à capacidade de decolar e pousar verticalmente, esses caças não precisam estar localizadas sobre grandes porta-aviões e podem ser transportados por navios anfíbios.
Isso aumenta a mobilidade e a velocidade do destacamento operacional para realizar operações militares.
Entretanto, Murakhovsky manifesta o seu cepticismo quanto às capacidades dos F-35.
Segundo ele, se em um avião são combinados a possibilidade de decolar verticalmente, a furtividade e o alto desempenho de ataque, o avião não terá vantagens em nenhum desses domínios.
Perspectivas de fabricação
Um dos problemas ligados à venda dos caças é a sua manutenção. Segundo a mídia, atualmente o tempo de espera de peças de reposição para os F-35 localizados na base aérea na Carolina do Sul pode chegar a dois anos.
Outro problema é o alto preço desses caças. Os EUA estão tentando resolver esse problema através da cooperação com os aliados e com a gradual redução do preço devido à economia de escala. Entretanto, apesar de uma gradual redução do preço, os F-35B e C continuam custando mais de 100 bilhões (R$ 384 bilhões) de dólares por unidade.
Além dos EUA, os países que possuem caças F-35 são o Reino Unido, Austrália, Israel, Itália, Japão, Holanda, Noruega e Coreia do Sul. A Dinamarca e a Turquia também planejam adquirir estas aeronaves. No entanto, Murakhovsky sublinha que os EUA vão vender seus caças graças especialmente a fatores políticos.
"Acredito que Washington poderá vender suficientes F-35 mas não devido às qualidades desse caça, mas devido à influência militar e política dos EUA no mundo", explicou ele.