Um comunicado do Escritório de Prestação de Contas do Governo dos Estados Unidos (GAO, na sigla em inglês) informou que o sistema de armamentos do Departamento de Defesa dos EUA poderia ser hackeado em uma hora, e que os piratas informáticos demorariam cerca de 24 horas para tomar o controle total do sistema.
Sputnik
Apesar dos alertas anteriores, só agora o Pentágono está começando a lidar com suas vulnerabilidades, que remontam aos anos 90, segundo o informe.
Pentágono © AP Photo / Jacquelyn Martin |
"A segurança cibernética tem sido uma prioridade para o GAO desde 1997 e vêm sendo emitidos relatórios desde então, mas o surpreendente é que uma instituição como o Departamento de Defesa é tão vulnerável neste momento", disse à Sputnik International o chefe da empresa Country Risk Solutions, Daniel Wagner.
A principal razão para essa vulnerabilidade é que toda a geração de sistemas foi construída e continua a operar sem estar orientada para a atual ameaça de ataques cibernéticos, segundo Wagner. Além disso, ele afirma que, além da tecnologia remontar aos anos setenta, muitas senhas nunca foram alteradas desde a sua instalação, enquanto as mais novas são completamente inadequadas e fracas perante as ameaças cibernéticas de hoje.
"O relatório do GAO é uma verdadeira bênção, espero que os legisladores e gerentes em todos os níveis do governo dos EUA prestem atenção ao que é dito lá", destacou.
Wagner mostra preocupação quanto ao uso inapropriado de fundos, sublinhando que o Pentágono deveria utilizar esse dinheiro de maneira inteligente em prol da segurança cibernética.
"É possível que necessitem de centenas de bilhões de dólares para fazer isso direito, mas seja como for, esse dinheiro deve ser gasto".
Na opinião do especialista, parece pouco provável que o sistema do Pentágono seja pirateado nesse curto período de tempo, tal como é afirmado. Porém, existem outras provas irrefutáveis de como os diferentes departamentos da entidade estão funcionando mal.
"Eu diria que, a menos que isso se torne um problema prioritário, a menos que os legisladores façam o que têm que fazer, e que as pessoas encarregadas de tomar as decisões façam o que que têm que fazer e se responsabilizem a si mesmos e aos funcionários destas instituições […] o problema nunca será resolvido", concluiu.