Em conformidade com o acordo de paz de 1994, a Jordânia concedeu a Israel direitos de propriedade privada em dois territórios fronteiriços. No entanto, o rei da Jordânia gostaria de recuperar as terras.
Sputnik
O rei da Jordânia, Abdullah II, anunciou neste domingo que o seu país decidiu suspender dois anexos do tratado de paz de 1994 com Israel, pondo fim ao arrendamento israelense dos territórios de Baqura, Naharayim e Al-Ghamr, e Zofar.
Rei da Jordânia, Abdullah II © Sputnik / Aleksei Nikolsky |
"Baqura e Ghamr são território jordaniano e permanecerão jordanianos. Exercemos soberania plena sobre nossa terra", disse o rei, segundo a agência de notícias estatal Jordan News Agency (Petra).
"Nossas prioridades, em circunstâncias regionais tão difíceis, buscam proteger os nossos interesses, fazendo todo o necessário para a Jordânia e os jordanianos", observou Abdullah II, acrescentando que Israel estava ciente da decisão.
Em resposta à medida, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu, conforme citado pelo Haaretz, tentar convencer a Jordânia a estender o contrato. "Não há dúvida de que o acordo é um ativo importante", disse ele, elogiando os tratados de paz com a Jordânia e o Egito na qualidade de "âncoras da estabilidade regional".
Ambas as áreas em questão estão localizadas na fronteira entre Israel e a Jordânia. Os agricultores israelenses obtiveram direitos de propriedade da terra por um período de 25 anos, sob o acordo de paz de 1994, que arbitrou disputas antigas por terra e água entre os dois países.
Após o acordo de 1994, a Jordânia tornou-se o segundo país árabe (depois do Egito) a estabelecer relações diplomáticas com Israel. No entanto, as relações entre Israel e a Jordânia têm sido tensas nos últimos anos. No início deste ano, o rei jordaniano Abdullah II confirmou que Jerusalém Oriental deveria ser a capital de um futuro Estado palestino, enquanto Israel vê Jerusalém como sua capital oficial.