Após a entrega dos sistemas russos S-300 à Síria, Jerusalém irá pressionar Washington para fornecer novas armas, disse à Sputnik Árabe o professor e especialista egípcio em assuntos israelenses, Muhammad Ali.
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Segundo o analista, a recente declaração no Facebook do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, sobre o direito de autodefesa do país confirma sua suposição.
Donald Trump e Benjamin Netanyahu © REUTERS / Ariel Schalit/Pool |
"Israel entende que, após a entrega do S-300 à Síria, não será mais capaz de fornecer assistência emergencial aos militantes, como fazia antes, atacando instalações militares sírias do ar", disse o especialista.
Tel Aviv está perdendo instrumento de influência na situação síria, por isso agora todos os esforços serão direcionados para receber novo armamento, destaca.
"Donald Trump não está interessado em construir um confronto com a Rússia na Síria. O presidente americano está agora ocupado com inúmeros problemas e crises dentro de seu próprio país. Além disso, a agitação não diminuiu após a transferência da embaixada americana para Jerusalém", confirmou o professor.
Na terça-feira (2), o premiê israelense agradeceu aos EUA pelo apoio incondicional ao direito do Estado judeu em sua autodefesa, além da ajuda militar.
"Agradeço ao governo e ao Congresso dos EUA pelo compromisso com Israel e pelo pacote de assistência americana para a próxima década", acrescentou o chefe de Gabinete israelense.
Um memorando assinado em 2016 entre Israel e EUA sobre a cooperação em segurança prevê a assistência de Washington a Jerusalém no valor de US$ 38 bilhões (R$ 146 bilhões) no período de 2019 a 2028.