Segundo o ministério, os Capacetes Brancos, junto com os terroristas, escolheram 22 famílias com crianças, além de crianças órfãs sequestradas de campos de refugiados, para participar na filmagem.
Sputnik
"Terroristas de um grupo chamado Tanzim Ḥurras ad-Din [Organização dos Guardiões da Religião] estão envolvidos na preparação direta de locais para a detonação de contêineres carregados com substâncias venenosas durante a filmagem de um vídeo sobre 'ataques químicos'", reportou o Centro Russo para a Reconciliação na Síria.
Capacetes Brancos na Síria | Reprodução |
Como relatou o Centro, os terroristas estão se preparando para usar substâncias venenosas à base de cloro contra os participantes da filmagem para culpar o exército governamental do ataque químico.
Segundo o Centro Russo para a Reconciliação na Síria, os terroristas escolheram 22 crianças de Aleppo com seus pais para participarem do ataque encenado.
"As 22 crianças com seus pais, da província de Aleppo, foram escolhidas por militantes para a participação do ataque encenado. Outro grupo de órfãos, sequestrados de campos de refugiados, está destinado à filmagem das cenas letais e agora é mantido na prisão de Iqab, controlada pelos terroristas da Frente al-Nusra [proibida na Rússia]", informou o Centro, acrescentando que uma série de emissoras do Oriente Médio e uma emissora norte-americana gravaram nove cenas do ataque químico encenado.
"Conforme a informação irrefutável do Centro Russo para a Reconciliação na Síria, nove cenas do suposto uso de 'armas químicas' pelas tropas sírias contra os civis foram filmadas em 9 de setembro no povoado de Jisr al-Shughur, na província de Idlib, por vários canais do Oriente Médio e pela filial regional de um canal de notícias dos EUA", comunicou.
Os Capacetes Brancos e os terroristas da Frente al-Nusra aprovaram vídeos de duas cenas a serem transferidas para a ONU e a OPAQ, e o restante a ser distribuído nas redes sociais, revelou o Centro.
"Depois das filmagens na noite de 11 de setembro, em uma reunião conjunta de representantes dos Capacetes Brancos e de militantes do grupo terrorista Frente al-Nusra, apenas dois dos nove vídeos foram aprovados para serem transferidos para a ONU e a OPAQ seguindo a respetiva ordem. Os vídeos restantes, devido à qualidade ruim, são sugeridos para serem usados nas redes sociais", afirmou.
Segundo o Exército russo, o grupo não-governamental Capacetes Brancos está se preparando para filmagens de um ataque com armas químicas com a participação de crianças em Khan Sheikhoun, na Síria, diariamente desde 9 de setembro.
"Os ativistas dos Capacetes Brancos têm se preparado para as filmagens de um 'ataque químico' encenado com a participação de mais de 30 civis, incluindo cerca de uma dezena de crianças entre os 8 e 12 anos no povoado de Khan Sheikhoun […] diariamente desde 9 de setembro", diz o comunicado.
Sinais da encenação de ataques químicos em mais uma cidade em Idlib
O Centro Russo para a Reconciliação na Síria continuou dizendo que havia registrado sinais de preparativos para outros falsos ataques químicos ocorrendo em mais uma cidade na província de Idlib, na Síria.
"Segundo as informações recebidas pelo Centro para a Reconciliação e fornecidas pelos moradores de Idlib, foram registrados sinais de intensificação da preparação para ataques químicos falsos na povoação de Kafir-Zait. Substâncias venenosas para provocações foram transportadas aos povoados de Kafr Nabudah e Qalaat al-Madiq", informou o comunicado.
A declaração foi feita um dia depois de o Centro Russo para a Reconciliação na Síria ter informado que as gravações encenadas já haviam começado. O ativista de direitos humanos Ammar Jamal confirmou à Sputnik que um grupo de 30 representantes dos Capacetes Brancos havia chegado a Idlib para organizar uma provocação. Segundo ativistas de direitos humanos, os Capacetes Brancos chegaram na terça-feira (11) transportando tanques com um gás desconhecido.
Os terroristas e militantes planejam culpar pelo falso ataque as forças do governo sírio, explicou o Exército russo.
A situação é bastante tensa devido ao recente relato de Wall Street Journal, dizendo que o Departamento de Defesa dos EUA poderia estar avaliando a ideia de atacar forças militares russas ou iranianas, que apoiam o governo sírio, se o último atacasse Idlib. O relato acrescentou que os EUA iriam decidir se atacariam as instalações de defesa antiaérea russas.
Circunstâncias similares ocorreram em 14 de abril, quando os EUA, o Reino Unido e a França lançaram mais de 100 mísseis contra vários alvos na Síria em resposta a um suposto ataque com armas químicas na cidade de Douma que teria ocorrido em 7 de abril. O governo sírio negou o uso de armas químicas e disse que o grupo terrorista Jaish al-Islam organizou o ataque para provocar uma intervenção estrangeira no país.