O Exército chinês é considerado uma das maiores forças militares do mundo, porém não possui experiência em combate moderno, pois não se envolveu em nenhuma operação militar desde o conflito com o Vietnã em 1979.
Sputnik
Segundo disseram especialistas em entrevistas ao jornal South China Morning Post, a participação da China nas manobras russas Vostok 2018 é "uma oportunidade rara para aprender". Para essas manobras, a China enviará aproximadamente 3.200 militares, 1.000 veículos de combate e 30 aeronaves.
Militares chineses © AP Photo / Kin Cheung |
Nas manobras Vostok 2018 a China pretende estudar a experiência tática e estratégica acumulada pela Rússia no conflito sírio, já que o Exército chinês não entra em combate há décadas. A Rússia, por sua vez, compartilhará pela primeira vez com um parceiro algumas de suas instruções militares utilizadas depois de analisado o conflito sírio.
A participação chinesa das manobras russas envolve diversos objetivos políticos de ambos os lados, pois ao aceitar o convite a China estaria enviando uma mensagem de apoio diplomático ao presidente russo. Além disso, para a Rússia essas manobras servirão como resposta aos planos da OTAN e da União Europeia que envolvem a criação de um "Schengen militar" com o objetivo de combater a Rússia na Europa, opinou Zhou Chenming, especialista em temas militares.
Outro objetivo das manobras Vostok seria demonstrar o alto nível de cooperação entre a Rússia e a China, que os EUA consideram como seus "rivais", alegou Jonathan Holslag, da Universidade Livre de Bruxelas.
Entretanto, conforme foi afirmado pelo porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, as manobras visam fortalecer e desenvolver relações de cooperação estratégica abrangente entre a Rússia e a China, bem como aprofundar a cooperação pragmática amistosa entre as forças armadas dos dois países e não é dirigida contra terceiros.