O Ministério da Defesa russo divulgou vídeos dos golpes aéreos realizados pela Força Aeroespacial russa contra posições de terroristas na província de Idlib. O especialista Grigory Lukyanov explicou ao serviço russo da Rádio Sputnik para que são necessários esses ataques precisamente agora.
Sputnik
Segundo as palavras do representante oficial do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, no dia 4 de setembro, quatro aviões russos decolaram da base aérea de Hmeymim e efetuaram ataques de alta precisão contra alvos do grupo terrorista Frente al-Nusra (proibido na Rússia e em vários outros países) na província síria de Idlib.
Bombardeio realizado em Idlib, Síria © AFP 2018/ OMAR HAJ KADOUR |
O representante acrescentou que todos os ataques da Força Aeroespacial russa foram efetuados exclusivamente contra alvos terroristas confirmados, situados longe de povoações. Igor Konashenkov detalhou que dois Su-34 russos eliminaram uma fábrica de produção de armas dos terroristas.
O professor universitário Grigory Lukyanov, especialista em assuntos do Oriente Médio, explicou ao serviço russo da Rádio Sputnik por que é que a Força Aeroespacial russa está agora efetuando golpes aéreos contra alvos em Idlib.
"Ao longo de mais de um ano, os agrupamentos de militantes de outras zonas de desescalada eram conduzidos para Idlib, o que fez com que no território da província se tivessem concentrado forças significativas tanto de grupos radicais, como menos radicais. Eles não conseguiram levar para lá as armas pesadas, mas, ao mesmo tempo, têm combatentes mais motivados e, portanto, para liquidar a ameaça que representam, é necessário utilizar todos recursos possíveis", opina o analista.
Lukyanov afirma que, apesar de as forças governamentais mais bem preparadas já se concentrarem perto de Idlib, precisam de sério apoio aéreo, que é prestado pela Força Aeroespacial.
O especialista apresentou a sua previsão do desenvolvimento da situação em Idlib.
"É provável que, depois das conversações em Teerã, que ocorrerão a 7 de setembro entre os presidentes dos três países-garantes da resolução síria (Rússia, Irã e Turquia), a intensidade dos ataques contra as posições de militantes na província de Idlib aumente. Não se pode excluir que os navios da Marinha russa que estão efetuando exercícios no leste do Mediterrâneo não venham a participar da operação. Tudo isso permitirá minimizar as baixas das forças governamentais sírias em caso de ofensiva na província de idlib", explicou Lukyanov.
O território da província síria de Idlib continua sendo a última região do país não controlada pelas tropas do governo. Anteriormente, graças aos países que participam da resolução do conflito, lá foi criada uma das zonas de desescalada.
Donald Trump declarou que a possível ofensiva das tropas do governo sírio seria "um erro humanitário grave". O Ministério das Relações Exteriores russo ressaltou que a situação se esclareceria depois da cúpula da Rússia, Turquia e Irã a 7 de setembro.
Nos últimos dias, a situação em torno da Síria piorou. O porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, disse que, segundo fontes independentes, os terroristas do grupo Tahrir al-Sham estão preparando uma provocação em Idlib para culpar Damasco do uso de armas químicas contra civis.